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Despedimentos ameaçam operação da TAP. Que medidas vai tomar o Governo?

A reestruturação imposta por Bruxelas deixou a TAP sem trabalhadores essenciais, revelando-se uma ameaça à operação da empresa. PCP questiona Governo sobre cancelamento de voos e falta de pessoal.  

Créditos / Bomdia.eu

Numa pergunta dirigida ao ministro das Infraestruturas, a bancada parlamentar do PCP reflecte sobre as consequências da reestruturação da companhia aérea de bandeira e a falta de trabalhadores no sector da aviação civil, depois de, a pretexto da pandemia, as companhias aéreas terem procedido a milhões de despedimentos em toda a Europa.  

«A Manutenção da TAP é um dos sectores onde estes despedimentos se fizeram sentir e onde, agora, a falta de trabalhadores começa a ter consequências sobre a própria operação, pondo em causa o futuro da empresa», lê-se na missiva enviada a Pedro Nuno Santos. Os comunistas lembram, a este propósito, que um sindicato identificou 46 voos cancelados e 76 atrasados no mês de Junho por falta de trabalhadores na Manutenção, e criticam o facto de haver quatro aviões a fazer a manutenção na Eslovénia, por «falta de trabalhadores e de espaço». Algo que, sublinham, «antes não acontecia» e «não deve acontecer». 

Embora a empresa tenha «todas as potencialidades» para prestar o serviço necessário à sua operação e a outras companhias, verifica-se a contratação da prestação dos serviços de manutenção dos aparelhos da TAP a outras empresas e a «saída em massa» de técnicos especializados (com décadas de experiência adquirida na companhia aérea e «elevados custos e tempo de formação») para empresas concorrentes, onde as condições de trabalho, particularmente os salários, são mais favoráveis. 

O PCP quer saber quantas operações de manutenção de aeronaves da TAP já foram realizadas com recurso a outras empresas, e que medidas vai o Governo adoptar para reverter os cortes salariais e estancar a saída de trabalhadores de todos os sectores da companhia. Tal como as organizações representativas dos trabalhadores (ORT) denunciaram recentemente na Assembleia da República, o plano de reestruturação da TAP implicou cortes de cerca de 40% nos salários dos técnicos de manutenção de aeronaves. 

«Ao negar a estes trabalhadores condições laborais dignas e o fim dos cortes salariais e de outros direitos, a administração da TAP e quem lhe dá cobertura, considera que estes trabalhadores não são viáveis» para a companhia, contratando depois os seus serviços através de outras empresas, num processo que os comunistas classificam de «destruição da capacidade» da companhia, acusada de falta de diálogo com as ORT sobre o comando estratégico da empresa. 

Entre os problemas colocados à manutenção da TAP está também a mais do que identificada «falta de espaço» do Aeroporto Humberto Delgado. Neste sentido, alerta-se na missiva, qualquer decisão sobre o novo aeroporto de Lisboa precisa de ter em conta a capacidade de assegurar condições para o desenvolvimento da manutenção de aeronaves. 

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