Os 500 médicos cubanos contratados pelo México vão trabalhar nos 15 estados que aderiram ao plano de saúde a cargo do Instituto Mexicano de Segurança Social (IMSS) e Bem-estar, revelou esta segunda-feira o secretário da Saúde do país azteca, Jorge Alcocer.
Depois de Nayarit, onde já se encontram 60 médicos da Ilha, outros grupos seguirão para Colima e Tlaxcala, acrescentou. Este primeiro grupo recebeu formação sobre regulamentos internos e também relativos às instituições que vão apoiar.
De acordo com o funcionário mexicano, existe a possibilidade de contratação de especialistas de outros países, tendo como objectivo alcançar o número necessário de médicos recomendados internacionalmente, informa o La Jornada.
O presidente de Cuba reconheceu, esta terça-feira, o trabalho complexo que uma brigada médica do Contingente Henry Reeve levou a cabo no país azteca para combater a Covid-19. Miguel Díaz-Canel transmitiu por teleconferência as palavras de boas-vindas a este contingente internacional que regressou a Cuba depois de ter passado três meses no país centro-americano. O presidente cubano referiu ainda que o trabalho da brigada foi também reconhecido pelas secretarias da Saúde e da Defesa Nacional do México, informa o portal Cubadebate. Em declarações à Prensa Latina, o chefe desta brigada, Rafael Luis Pino, disse que, graças à cooperação entre especialistas de ambos os países, conseguiram travar a alta incidência e mortalidade nos hospitais onde prestaram serviço. «Havia muita escassez de pessoal e cada médico atendia um grande número de pacientes, uma situação que melhorou com a nossa chegada», apontou. Pino destacou que os cubanos foram os primeiros médicos civis no Hospital da Secretaria da Marinha mexicana e, apesar disso e da disciplina férrea da instituição, trabalharam de forma conjunta e criaram amizade. «Hoje, nessa instituição há menos casos positivos de SARS-CoV-2 e a mortalidade também disminuiu, o que em parte se deve ao trabalho dos profissionais da Ilha», acrescentou. A equipa médica que Rafael Luis Pino liderou faz parte de uma brigada de profissionais da saúde que no dia 14 de Dezembro de 2020 foi para o México combater a Covid-19 e que prestou cuidados de saúde à população mexicana em várias unidades hospitalares. Composta por quase 300 membros, a brigada médica cubana viu reforçada a sua capacidade de acção em Moçambique, para contribuir para a contenção da Covid-19, explicou o médico Manuel Wong. A correspondente da Prensa Latina em Angola ficou a par do acontecimento através de reportagens da imprensa moçambicana que destacaram a chegada recente a Maputo de mais de uma dezena de profissionais da Saúde provenientes do país caribenho. Pelas redes sociais, conversou com o doutor Manuel Wong, chefe da brigada médica, com o intuito de conhecer melhor o trabalho levado a cabo pelos cubanos, cujas primeiras experiências no país austral tiveram lugar há mais de 40 anos. Presente nas dez províncias moçambicanas, a brigada tem actualmente 281 especialistas em cuidados médicos directos aos pacientes, distribuídos por quatro hospitais centrais, seis provinciais e três distritais, explicou Wong. Ao mesmo tempo, referiu, uma dezena de especialistas assumem diversas actividades académicas em duas universidades e um instituto politécnico de formação profissional, localizado na Noroeste da província de Tete. No contexto de uma nova onda de Covid-19, «o contingente mantém o seu trabalho nas instalações hospitalares; isto inclui a atendimento aos infectados nas chamadas zonas vermelhas, bem como nos centros de isolamento», indicou. «Salvaram-se inúmeras vidas, e a 24 de Janeiro último chegou um reforço de 14 médicos e enfermeiros, todos com preparação em cuidados intensivos, para enfrentar a pandemia», disse à Prensa Latina o especialista em Medicina Geral Integral e mestre em Promoção da Saúde. O médico cubano diz que, entre desastres e pandemias, há pouco tempo para o descanso. Como exemplo, referiu que, em Março de 2019, tiveram de fazer frente ao ciclone Idai, classificado pelas Nações Unidas como um dos piores eventos meteorológicos na história do Hemisfério Sul, e, poucas semanas depois, passou a tempestade Kenneth. Tendo em conta a situação provocada pelo Idai, chegou a Moçambique a 28.ª brigada médica Henry Reeve, cujo perfil clínico-cirúrgico e experiência internacional permitiram realizar cerca de 20 mil consultas médicas e mais de 300 operações em circunstâncias extremas, informou. «Para os que continuam no país – relatou –, o trabalho de assistência também não é fácil, devido à Covid-19, e aos impactos da tempestade tropical Chalane, no final do ano passado, e do ciclone Eloise, em Janeiro deste ano.» Neste contexto, doenças transmissíveis como paludismo, Sida e tuberculose têm uma elevada incidência; estas patologias, unidas às doenças crónicas não transmissíveis, fazem com que a esperança de vida seja apenas de 50 anos de idade, disse Manuel Wong. Destacou que os obstetras, pediatras, anestesistas e intensivistas cubanos nas dez províncias moçambicanas estão a fazer um esforço importante para reduzir a morbidade e a mortalidade materno-infantil. Em termos de docência, precisou, os especialistas da Ilha leccionam os cursos de Medicina e Estomatologia em duas universidades, e são responsáveis pela formação de pós-graduação dos enfermeiros no instituto politécnico de Tete. Mas a troca de conhecimentos não se limita às salas de aula, uma vez que partilham saberes durante as visitas aos pacientes, em conferências, seminários e trabalhos de investigação, explicou Manuel Wong, que destacou a «vocação humanista» da brigada e o elevado número de mulheres nela presentes (46%). O médico disse ainda que, actualmente, há 37 estudantes moçambicanos a estudar Medicina recorrendo aos serviços médicos de Cuba, que também está a formar três especialistas em Imagiologia e três enfermeiros na área materno-infantil. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Por seu lado, a enfermeira Yudith Games regressa a Cuba depois de concluir a sua segunda missão internacionalista de combate à Covid-19. «Recebemos formação e realizámos investigações aplicadas ao atendimento do paciente enfermo, o que implicou uma colaboração científica bem-sucedida entre os especialistas mexicanos e nós», disse. A brigada, integrada por 95 elementos – entre médicos e enfermeiros –, atendeu 441 pacientes suspeitos de ter o vírus SARS-CoV-2 ou com casos confirmados, realizou 43 861 acções de enfermaria, 159 procedimentos invasivos e reabilitou 123 pacientes, segundo dados oficiais. Além disso, realizou 1213 acções de formação sobre medidas de bio-segurança face à actual situação epidemiológica. Estes profissionais da saúde cubanos chegaram a casa exactamente um ano depois da partida da primeira brigada Henry Reeve destinada ao combate à Covid-19, cinco dias depois de ter sido declarada como pandemia pela Organização Mundial da Saúde. Desde então, 56 grupos do contingente «levaram saúde e permitiram salvar milhares de vidas em 40 países e territórios», destacou ontem na sua conta de Twitter o ministro dos Negócios Estrangeiros de Cuba, Bruno Rodríguez. O Contingente Internacional de Médicos Especializados em Situações de Desastre e Graves Epidemias «Henry Reeve» foi criado em 2005 por iniciativa do líder histórico da Revolução, Fidel Castro, em resposta aos danos provocados pelo furacão Katrina em Nova Orleães (EUA). Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença.Internacional|
Trabalho da brigada médica cubana no México louvado
Internacional|
A brigada médica cubana em Moçambique foi reforçada
Docência e formação
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Contingente Henry Reeve, há um ano a lutar contra a Covid-19 em 40 países
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Este ano, o número de vagas por preencher nos hospitais e centros de saúde no país americano chegou a 20 mil e, nesse sentido, as autoridades também estão a fazer estimativas sobre o tempo que requer a formação de recursos humanos na área da Saúde.
Por enquanto, no estado de Nayarit, onde a cobertura das necessidades de especialistas alcança os 66%, os 60 médicos cubanos recém-chegados serão distribuídos pelos 11 hospitais envolvidos no plano a cargo do IMSS.
Neste estado da costa do Pacífico, o governo realizou um investimento no valor de 54 milhões de pesos em infra-estruturas da Saúde, sendo que uma parte destes recursos foi destinada à reabilitação de 11 blocos operatórios de hospitais estatais, que estiveram sem funcionar entre um e 14 anos, informa a fonte.
Falta de investimento na Saúde deixou o país sem médicos
Na conferência de imprensa matinal diária, no Palácio Nacional, o presidente mexicano voltou a agradecer a Cuba «a vontade solidária, de apoio e colaboração, do governo e do povo», por enviarem profissionais de Saúde para o seu país e, assim, ajudarem a fazer frente à falta de médicos existente no México, sobretudo de especialistas.
Andrés Manuel López Obrador instou os seus adversários políticos – que se têm mostrado muito críticos em relação à contratação de médicos cubanos, com a imprensa ao seu dispor a falar de «luxos» – a acreditarem nele quando diz que «não temos médicos, não temos especialistas», porque, explicou, no período neoliberal não se investiu o necessário na Saúde e na Educação, pois o projecto era privatizar os sectores sociais para favorecer o capital e atacar os direitos das pessoas.
O chefe de Estado denunciou que, com a política de privatizações, os neoliberais deixaram o país sem médicos – «e agora temos de recorrer ao governo que os tem, que os formou e tem a possibilidade de garantir os profissionais que são precisos», referiu, citado pela Prensa Latina.
Dilma Rousseff, presidente destituída em 2016, afirmou à Prensa Latina que o seu país constatou a solidariedade, fraternidade e competência dos cubanos que integraram o programa «Mais Médicos». Roussef falou à agência cubana em Brasília, onde esteve reunida, nos últimos dias, a direcção nacional do Partido dos Trabalhadores (PT). O programa «Mais Médicos», instituído em 2013, durante a sua governação, e a participação de profissionais cubanos foram temas naturais de conversa, na sequência dos ataques proferidos pelo presidente eleito do Brasil, Jair Bolsonaro, aos médicos cubanos e depois de o Ministério da Saúde Pública da ilha caribenha ter anunciado a sua saída do programa, em meados do mês passado. Para Rousseff, tratou-se do «programa de atendimento básico mais importante para o povo brasileiro nos últimos 20 anos». Algo que a Organização Mundial da Saúde (OMS) também destaca. Reconheceu que o seu país tem «uma enorme carência de médicos... e Cuba tem um sistema de saúde sólido e uma grande experiência de ensino assente na saúde pública, na prevenção de doenças e no tratamento de proximidade, junto às comunidades». O «Mais Médicos» surgiu quando «descobrimos que neste país gigante havia 63 milhões de pessoas sem cuidados médicos», disse, explicando que, inicialmente, foi lançado um concurso para que os médicos brasileiros participassem, mas que poucos se apresentaram. «Foi então que decidimos completar [as vagas] e abrimos o concurso, de uma forma geral, a profissionais de várias nacionalidades». No entanto, «não apareceram muitos e nós entendemos que um país respeitado internacionalmente não apenas nos cuidados de saúde básicos, mas capaz de enfrentar doenças surgidas nas guerras e em desastres naturais, era Cuba, que tem um sistema de saúde exemplar», afirmou a ex-presidente brasileira. Tendo em conta o panorama existente no Brasil ao nível dos cuidados médicos, «recorremos a Cuba e assinámos um acordo através da OPS [Organização Pan-Americana da Saúde], ligada à OMS, e recebemos a solidariedade, fraternidade e competência dos médicos cubanos», sublinhou. Os profissionais vieram da ilha caribenha para o Brasil «de forma extremamente generosa e, progressivamente, chegaram a ser 11 mil», no tempo em que Roussef ainda era presidente, antes do golpe de Estado de 2016, por via do chamado impeachment. A antiga chefe de Estado sublinhou que os médicos cubanos tiveram uma atitude importante, na medida em que trataram os brasileiros como pessoas, não como profissionais distantes, que apenas passavam receitas. Eles construíam o seu historial e diagnóstico, visitavam as casas, tinham uma relação próxima, a de quem ajuda de forma desinteressada. «Isso fez a diferença», lembrou a dirigente política. E essa diferença foi tanta que, quando se realizaram inquéritos, «o povo brasileiro votou pelos médicos cubanos, que tiveram um nível de aprovação de quase 100%, superior a 94 ou 95%». Ao fazer as entrevistas, os responsáveis brasileiros aperceberam-se de que «todos queriam os cubanos», tanto os presidentes dos municípios como os pacientes, destacou. Sobre o programa «Mais Médicos», Dilma Rousseff explicou que, no que respeita às negociações entre a OPS, Cuba e o Brasil, a questão da remuneração dos médicos, como proposta por Cuba, ficou bem clara para todos. «Todas as partes aceitaram e entenderam perfeitamente porque existia uma garantia de retorno dos profissionais à sua pátria e condições de apoio às suas famílias», disse à Prensa Latina. Esclareceu, para além disso, que o nível da medicina cubana é reconhecido internacionalmente, também pela OMS e a OPS. «Quando há um problema grave de saúde pública, é aos médicos cubanos, à medicina cubana que se recorre, pelo que os seus profissionais não tinham de ser avaliados novamente para integrar o "Mais Médicos"», frisou, apontando para a exigência feita por Bolsonaro. Rousseff afirmou ser muito compreensível que Cuba tenha cessado a sua participação no programa. Actualmente, «existe um problema maior, decorrente das posições absolutamente radicais, ideológicas e de ofensa a um país que ajudou o Brasil», denunciou. Sobre as afirmações, propaladas por Jair Bolsonaro e elementos da sua futura equipa governativa, de acordo com as quais «os médicos brasileiros vão ocupar as vagas deixadas abertas pelos cubanos», Rousseff disse que estão «a enganar o povo brasileiro» e anteviu a repetição do «fenómeno ocorrido quando do concurso aberto em 2013, em que alguns se apresentaram e, um ano e meio depois, se foram embora». Com tudo isto, o Brasil «irá enfrentar um grande problema de saúde pública», que é da «responsabilidade de um governo que ainda não tomou posse», criticou. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença.Internacional|
O Brasil comprovou a solidariedade e a competência dos médicos cubanos
A criação do «Mais Médicos»
A diferença dos cubanos
Três observações a propósito
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Referindo-se ao estado de Nayarit, onde já estão os primeiros cubanos, López Obrador, lembrou que os pobres, para irem a um hospital privado, têm de vender o pouco que têm, as suas parcelas.
«Estamos a falar de fazer valer o direito à saúde, de cuidados médicos e medicamentos gratuitos, de saúde para toda a população, para aqueles que não têm segurança social, e isso explica por que os contratamos e por que agradeço ao governo e ao povo irmão de Cuba por este apoio», disse.
Referindo-se aos ataques dos seus adversários, disse que o seu objectivo é «concluir a transformação do México» e que, quanto mais o atacam, mais livre se sente e mais avançará.
Alertou ainda a população para que não se deixe enganar por «esses farsantes» que querem continuar a aproveitar-se da escassez de médicos e da deterioração do sector público da Saúde que eles mesmos provocaram.
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