|Uruguai

Trabalhadores uruguaios da construção mobilizam-se «em defesa das conquistas»

O Sindicato Único Nacional da Construção e Anexos (Sunca) estima que, no primeiro semestre de 2023, sejam destruídos 12 mil postos de trabalho no sector e exige investimento público.

A manifestação desta terça-feira inclui-se nas acções que antecedem a greve geral convocada pelo PIT-CNT para 15 de Setembro 
Manifestação dos trabalhadores da indústria em Montevideu em Setembro de 2021 Créditos / @MarceAbdalaCNT

Com o lema «Em defesa das conquistas», os trabalhadores da construção agendaram uma jornada de greve e mobilização nacional para esta quinta-feira. O Sunca prevê que dezenas de autocarros cheguem do interior do país austral para participar na manifestação que vai levar os trabalhadores até ao Palácio Legislativo, em Montevideu.

Em comunicado, a organização sindical alerta para o aumento da pobreza, da fome e do desemprego no país, bem como para a perda de poder de compra dos salários e pensões. Por isso, exige ao governo de Lacalle Pou que tome medidas.

Entre as principais reivindicações, o Sunca aponta a insegurança laboral no sector devido à falta de investimento público, as privatizações levadas a cabo no sector público, a reforma da Segurança Social e da Lei de Negociação Colectiva avançadas pelo governo de direita, e «a perda de direitos que, em geral, todos os trabalhadores vivem».

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Uruguai: trabalhadores da construção reivindicam investimento público

Milhares de trabalhadores uruguaios do sector da construção fizeram greve e manifestaram-se, esta quarta-feira, por «Trabalho, Habitação, Segurança Social e Negociação Colectiva».

Créditos / PIT-CNT

No contexto da jornada de luta, promovida pelo Sindicato Único Nacional de Construção do Uruguai (Sunca), realizaram-se mais de 15 iniciativas no país sul-americano contra a fome e a carestia, contra a precariedade, em defesa da indústria nacional e de maior investimento público.

No final da maior das mobilizações, que reuniu milhares de trabalhadores em Montevideu, o secretário-geral do sindicato, Daniel Diverio, perguntou há quanto tempo «não há obras para a educação, a saúde ou habitações de realojamento e interesse social».

Frente ao Ministério das Finanças e Economia, Diverio destacou que uma das principais razões que levam os trabalhadores a mobilizar-se é a defesa do emprego, lembrando que em Fevereiro e Março próximos terminam algumas grandes obras e que, se não houver investimento público, o desemprego será grande, na ordem dos 12 mil postos de trabalho.

Por isso, exigiu ao governo que ponha em marcha um plano de investimento no país, «porque o que este governo fez até agora foi um corte brutal no investimento público».

Daniel Diverio acusou o executivo «neoliberal e de direita» de Lacalle Pou de proteger o patronato, o agronegócio, o aparelho financeiro, enquanto promove o «ataque à negociação colectiva» e efectua «todo o tipo de cortes nas políticas sociais».

«O preço duro que se está pagar é que milhares de uruguaios se encontram hoje na pobreza, recorrem à ajuda para comer, e a perda de poder de compra dos trabalhadores, reformados e pensionistas», disse, citado pelo portal da central PIT-CNT (Plenário Intersindical dos Trabalhadores – Convenção Nacional dos Trabalhadores).

Expressando a solidariedade dos trabalhadores da construção a todos os outros sectores que estão em luta pelos direitos no Uruguai, o dirigente sindical fez ainda um apelo à participação na jornada de greve e mobilização nacional convocada pela PIT-CNT para 7 de Julho.

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O dirigente sindical Héctor Abad disse ao portal da central PIT-CNT que o Sunca promoveu vários encontros com responsáveis governamentais e das empresas públicas, tendo constatado que «pouco se investirá» e que isso «significa desemprego no sector da construção».

«Estamos a falar de obras públicas de que o país necessita e que serviriam para diminuir o desemprego», disse, acrescentando que, com o final de algumas obras em curso, o sindicato estima que cerca de 12 mil postos de trabalho sejam destruídos no primeiro semestre do próximo ano.

A jornada de luta desta quinta-feira insere-se nas mobilizações que o Sunca tem vindo a realizar no país sul-americano, desde Junho, em defesa do emprego, contra a fome e a carestia, contra a precariedade, em defesa da indústria nacional e de maior investimento público.

Em Novembro, o sindicato irá fazer um balanço destas iniciativas e definir os passos a dar a partir de então, refere o portal pitcnt.uy.

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