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Sindicatos franceses dispostos a lutar contra a reforma das pensões

Oito sindicatos e cinco organizações juvenis mostram-se determinados a dinamizar mobilizações e greves, já em Janeiro, contra a reforma das pensões, caso o governo francês se mantenha inflexível.

Mnifestação contra a reforma das pensões em Rennes (imagem de arquivo) 
CréditosPhilippe Renault / ouest-france.fr

As organizações sindicais CGT, CFDT, FO, CFE-CGC, CFTC, Unsa, Solidaires e FSU reafirmaram a sua oposição ao aumento da idade legal de aposentação ou da duração do período de quotização.

Num comunicado emitido esta segunda-feira, após uma reunião na sede da FSU em Lilas (Paris), não é referida uma data concreta de mobilização ou para o início dos protestos, mas aponta-se a possibilidade de uma jornada de luta unitária, com greves e manifestações, em Janeiro de 2023.

«A juventude, já muita afectada pela precariedade, sofreria um forte impacto com este projecto», acrescenta o texto, que é também subscrito por cinco organizações juvenis e de estudantes de diferentes níveis de ensino (Unef, Fage, VL, Fidl e MNL).

Prevê-se que o governo apresente o seu projecto de lei por volta de 15 de Dezembro. A primeira-ministra, Elisabeth Borne, disse na semana passada que a sua intenção é atrasar a idade legal de reforma dos actuais 62 anos para os 65, argumentando que, dessa forma, se poderia garantir o equilíbrio do sistema, indica o portal ouest-france.fr.

Comunicado conjunto emitido pelos sindicatos e organizações juvenis e estudantis

Por seu lado, o presidente francês, Emmanuel Macron, cujo projecto inicial passava por ir atrasando de forma progressiva a idade legal de reforma para os 65 anos, mostrou-se, entretanto, «aberto» a uma fixação nos 64 anos, mas em troca do alargamento do período de descontos.

«As organizações sindicais e juvenis já decidiram voltar a reunir-se no próprio dia dos anúncios governamentais», afirma o texto, em que se considera que o sistema público de pensões «não corre perigo» do ponto de vista financeiro.

As organizações subscritoras do comunicado declaram que se opõem, «como a grande maioria da população, a qualquer atraso na idade legal da reforma e ao aumento do período de quotização», e defendem que, se o governo se mantiver inflexível, será responsável por um conflito social de grandes dimensões.

Nesse caso, no mês de Janeiro, após o anúncio da reforma, haverá uma primeira jornada de luta unitária, que será seguida por outras, nas quais os trabalhadores vão demonstrar a sua oposição ao projecto do governo, referiu uma fonte sindical.

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