O Governo, desta vez, não deu continuidade à rotatividade entre os ramos na chefia do Estado-Maior General das Forças Armadas e que conduziria o general Cartaxo Alves, da Força Aérea, ao cargo de CEMGFA. A lei não define critério para a nomeação do Chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas, nomeadamente quanto à rotatividade entre os ramos ou a limitação da escolha ao Conselho de Chefes.
No entanto, o facto de não ter sido cumprida a habitual rotatividade pode não estar desligado da decisão, que está longe de ser consensual, da ministra da Defesa Nacional e do actual CEMGFA de reedificar no Exército a capacidade de helicópteros, cerca de 8 anos após a extinção da Unidade de Avaliação Ligeira do Exército.
Recorde-se que a Unidade de Aviação Ligeira do Exército foi extinta em 2015 pelo governo PSD/CDS, depois de o ministro da Defesa, Aguiar Branco, ter cancelado em 2012 a encomenda dos helicópteros NH-90 que deveriam equipar aquela unidade do Exército.
Entretanto, em 2006, o então ministro da Defesa, o socialista Luís Amado, anunciou que, para além de os helicópteros atribuídos à Força Aérea, Marinha e Exército passarem a ser integrados numa «Força Conjunta de Helicópteros», iria também ser criada uma «cadeia logística de manutenção comum» para todos os aparelhos. Decisões que os lóbis político-militares nunca permitiram que se concretizasse.
O general Nunes Fonseca assumirá o cargo de CEMGFA no próximo dia 1 de Março, enquanto o general Eugénio Henriques é apontado como um forte candidato à chefia do Exército.
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