|Itália

Itália: greve no transporte aéreo marcada para 19 de Maio

Com a paralisação nacional de 24 horas, os sindicatos denunciam uma «situação insustentável» no sector, marcada pela destruição de postos de trabalho, estagnação salarial e más condições de vida.

Manifestação dos trabalhadores do transporte aéreo em Itália (imagem de arquivo) 
Créditos / contropiano.org

A greve nacional convocada pela Unione Sindicale di Base (USB) abrange todo o pessoal do transporte aéreo e afim. Em comunicado divulgado dia 4, a estrutura sindical afirma que «nos últimos anos não foi resolvido nenhum dos graves problemas que reduziram este sector estratégico a um faroeste sem regras, provocando a perda de pelo menos 22 mil postos de trabalho».

A USB alerta, entre outros aspectos, para a estagnação salarial «há anos», para a deterioração das condições de vida num contexto de aprofundamento da exploração, para a erosão «sempre cada vez mais perigosa» dos níveis de saúde e segurança.

Tudo isto, afirma, num contexto em que se mantém «a inacção das instituições na política geral de emprego» e num sector que se tornou «um laboratório de reestruturações sem precedentes», com «a compra a preço de saldo de peças preciosas do que continua a ser o terceiro maior mercado europeu».

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Greve geral em Itália por melhores salários e contra as despesas da guerra

A greve geral desta sexta-feira no país transalpino foi convocada por dezena e meia de sindicatos, que denunciam a falta de resposta à «grave situação económica em que se encontram as famílias italianas».

Créditos / quifinanza.it

A paralisação, que está a ter impacto em sectores como os transportes, o ensino público e a saúde, contou com o apoio de partidos políticos e diversas organizações sociais, e culminará amanhã, às 14h, com uma manifestação nacional em Roma.

Num comunicado, a Unione Sindacale di Base (USB), umas das organizações convocantes, destaca a grave situação em que se encontram as famílias italianas, bem como o «forte ataque aos salários dos trabalhadores», que vêem como «o aumento das facturas do gás e da energia, fruto de uma especulação internacional que ninguém quer travar, está a comer uma grande parte do rendimento disponível das famílias».

O sindicato denuncia que as políticas económicas postas em prática pelo governo de Draghi estão a encontrar continuidade no de Meloni, e critica fortemente a proposta de redução fiscal – muito desejada pelo patronato e que não traz benefícios para os trabalhadores.

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Em Itália, reclama-se a paz e a saída da NATO

Centenas de pessoas participaram, em Ancona, na mobilização organizada pelo comité local «Não à Guerra, Não à NATO», exigindo o fim da «participação» italiana na guerra e o fim da escalada em curso.

Créditos / centropagina.it

A mobilização deste sábado na capital da região italiana das Marche é uma de várias que têm tido lugar no país transalpino em defesa da paz, contra a sujeição de Itália aos mandamentos da União Europeia (UE) e pela saída do país da Aliança Atlântica.

Segundo refere o portal cronacheancona.it, a manifestação na cidade adriática foi organizada conjuntamente por vários movimentos da sociedade civil e contou com a participação de representantes sindicais, de partidos políticos e diversas associações.

Com o lema «Itália fora da guerra, Itália fora da NATO», os manifestantes seguiram até à Praça Cavour, onde deixaram clara a sua discordância com as opções políticas de governos anteriores e do neofascista que acabou de tomar posse.

Segundo referiram os representantes das organizações promotoras nas suas intervenções, estes governos são «fiéis executores dos ditames» da Europa do capital e «não defendem os interesses do povo italiano».

Em seu entender, o dinheiro que os governos têm gasto e gastam com armamento devia servir para a construção de casas, escolas e hospitais.

Além disso, consideram que se assiste a uma «perigosa escalada» na Ucrânia e que tal se deve à «intransigência da NATO, que «se recusa a negociar com a Rússia», e, nesse sentido, insistiram na saída de Itália do bloco militar, bem como no fim do envio de armas para a Ucrânia. [Ver vídeo de Comitato No Guerra No Nato Ancona.]

Guerra económica contra os povos europeus

Outro aspecto que foi destacado na mobilização é o facto de o povo italiano e os povos europeus já estarem a sofrer «uma guerra económica», pois as «sanções contra a Rússia são apenas o pretexto para justificar a especulação sobre os preços da energia (que aumentaram para níveis incomportáveis para as famílias e as empresas, que estão fechar aos milhares)», denunciaram.

O objectivo desta especulação é levar à «desindustrialização da Europa», para «benefício do sistema de produtivo norte-americano e britânico», afirmaram os promotores, defendendo que o «grave momento histórico […] requer uma grande coragem e o empenho de todos».

Na manifestação, em que o conhecido jornalista Manlio Dinucci alertou para o nível de «desinformação» existente, exigiu-se também a libertação de Julian Assange, o fundador do WikiLeaks, bem como o fim da russofobia, «pela paz e a fraternidade entre os povos».

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Em declarações ao canal Sky TG24, um representante sindical disse esta sexta-feira que a greve geral tem lugar, entre outros aspectos, para exigir a renovação dos contratos e a valorização dos salários, que devem ser aumentados de forma a fazer frente ao custo de vida «com recuperação da inflação real».

Outras exigências passam pela aprovação de legislação sobre o salário mínimo e por medidas governamentais eficazes para controlar o aumento dos preços da energia e dos bens de primeira necessidade.

Outro aspecto destacado pelos convocantes é o fim das despesas militares, do envio de armas para a Ucrânia e da «adesão à cruzada euro-atlântica de sanções contra a Rússia».

Criticando as receitas económicas liberais ditadas pela União Europeia e que foram aplicadas pelos sucessivos governos italianos, reclamam maior investimento na educação, na saúde pública, nos transportes, bem como rendimentos para os desempregados e subempregados.

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Neste sentido, a USB exige um aumento salarial imediato de 300 euros; um plano de contratação de emergência; um plano que reequilibre a cadeia de valor dentro dos aeroportos e deixe de enriquecer apenas as gestões aeroportuárias (detentoras de concessões lucrativas) e as low cost, em favor do factor trabalho; o regresso da USB à mesa de negociações do handling.

Restituir a dignidade salarial e a qualidade ao sector do handling

Fit-Cisl, Uiltrasporti, Ugl Trasporto Aereo e Filt Cigl, que representam os trabalhadores do handling nos aeroportos italianos, também anunciaram uma greve nacional para 19 de Maio.

Em comunicado, sublinham que, nos últimos seis anos, não foi possível assinar a renovação dos contratos e a situação se tornou insustentável». De acordo com as organizações sindicais, «o custo de vida aumentou de forma vertiginosa», mas a «situação destes trabalhadores manteve-se inalterada».

Neste sentido, defendem a necessidade urgente de negociações, com vista a alcançar um novo acordo contemplando aumentos salariais, que permitam compensar a perda do poder de compra.

Os sindicatos alertam que o sector do handling deixou de ser atractivo e, por isso, tornou-se difícil encontrar novos trabalhadores, pelo que é preciso restituir-lhes a dignidade salarial e a qualidade de vida

Caso as reivindicações não sejam atendidas, lê-se no portal filtcgil.it, «o transporte aéreo vai enfrentar um novo Verão quente, com inevitáveis repercussões no serviço aos utentes».

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