As jornadas de greve e mobilização de ontem e hoje, convocadas pelos sindicatos SATSE, ELA, LAB, SME, CCOO e UGT no Osakidetza (sistema público de saúde basco), visam denunciar o ataque ao serviço público.
Em comunicado, as organizações sindicais sublinham a importância da Saúde pública como um pilar do Estado de bem-estar e como um direito fundamental, garantido o acesso aos cuidados médicos a todas as pessoas, independentemente da sua condição socioeconómica.
Apesar dos serviços mínimos «abusivos», denunciados pelos sindicatos, a adesão dos trabalhadores à jornada de luta foi grande e houve manifestações em Bilbau, Donostia e Vitória-Gasteiz. A greve desta segunda-feira no Osakidetza – Serviço Basco de Saúde foi a quarta levada a cabo este ano pelos trabalhadores, que denunciam as decisões «unilaterais», a «senda da imposição», o «imobilismo» e a falta de negociação por parte do Departamento da Saúde. Foi convocada pelos sindicatos SATSE, ELA, LAB, CCOO, UGT e ESK em todos os cuidados especializados e na Rede de Saúde Mental, para denunciar a precariedade existente em ambas as áreas e exigir soluções imediatas. No Centro Basco de Transfusões e Tecidos Humanos, que ontem realizou a oitava jornada de greve em 2022, a adesão foi total, segundo refere o portal naiz.eus. Em virtude disso, os serviços de cirurgia nos hospitais Zumarraga, Mendaro ou San Eloy estiveram encerrados. Apesar dos elevados serviços mínimos decretados, que, «como vem sendo habitual, deixaram sem direito à greve milhares de trabalhadores», as organizações sindicais fizeram uma avaliação muito positiva da jornada de luta, que incluiu manifestações nas três capitais provinciais da Comunidade Autónoma Basca. Num comunicado conjunto, os sindicatos afirmaram a este propósito que, durante a pandemia, o Departamento do Trabalho aumentou os serviços mínimos habituais, que «já eram abusivos», e actualmente, apesar de ter levantado a quase totalidade das restrições nas ruas, continua a apoiar-se na pandemia para manter o aumento no número de efectivos. Na semana passada, sindicatos e Osakidetza reuniram-se para negociar, mas o encontro não serviu para materializar avanços, segundo revelaram as organizações representativas dos trabalhadores. Explicaram que o Osakidetza se recusou a pôr fim à elevada taxa de precariedade no sector da saúde pública, que ronda os 58% e afecta mais de 24 mil trabalhadores. Neste contexto, afirmam, o Osakidetza apenas aceitou conferir estabilidade a 3700 postos de trabalho. Em declarações à imprensa, recolhidas pelo naiz.eus, Amaia Mayor, do SATSE, disse que, «no Oskaidetza, temos outra pandemia: a falta de pessoal e a perda de direitos», sublinhando o excesso de trabalho que os funcionários enfrentam, bem como a «perda de qualidade e serviços» por parte dos utentes. Por seu lado, o sindicato LAB exigiu ao Serviço Basco de Saúde e ao governo de PNV e PSE que «deixem de faltar ao respeito aos trabalhadores», acrescentando que existe vontade de negociar, apesar daquilo que o Osakidetza mostrou até agora. Esther Saavedra, responsável do ELA do Osakidetza, comentou que impor uma taxa de estabilização de 3700 vagas é um número «totalmente escasso», sobre o qual não houve «nenhum tipo de negociação». Ana Vazquez, da UGT, lembrou que, no actual contexto e especialmente agora, que se aproxima o Verão, os funcionários não podem tirar as férias que querem, nem dias de descanso, nem licenças. O Osakidetza tem «problemas estruturais» que têm de ser abordados «urgentemente», lembrou Iñigo Urduño, das CCOO, esperando que haja negociação e «se possa chegar a acordos para melhorar o sistema público de saúde». Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença.Internacional|
Contra a precariedade, elevada adesão à greve no Serviço Basco de Saúde
«Temos outra pandemia: a falta de pessoal e a perda de direitos»
Contribui para uma boa ideia
Nas mobilizações que realizaram junto aos hospitais de Donostia, Bilbau e Gasteiz, e frente a vários centros de saúde, os trabalhadores exigiram a demissão da Conselheira da Saúde do governo basco, Gotzone Sagardui, tendo denunciado uma «gestão nefasta e política errada», considerando inaceitáveis as carências nos serviços, a falta de profissionais, as listas de espera e o encerramento de serviços, e sublinhando que não pode haver cortes no sector da Saúde.
Outro aspecto sublinhado é a pressão que está a ser colocada sobre os trabalhadores do Osakidetza, que são parte essencial do sistema público de saúde e têm estado sujeitos a grandes cargas de trabalho.
Sobre as condições de trabalho, os sindicatos denunciam ainda: a precariedade que prevalece no sector (quase metade do pessoal é temporário e não tem estabilidade); que muitos postos ficam por preencher depois de os trabalhadores se reformarem; a alteração constante de horários e turnos; o bloqueio na negociação colectiva.
Para esta sexta-feira, foi convocada nova jornada de greve, que inclui manifestações em Bilbau, Donostia e Gasteiz.
Ampla adesão
Tanto o sindicato ELA como o LAB sublinharam a elevada adesão à greve, nomeadamente nas unidades de cuidados primários. Muitos centros de saúde nem sequer abriram e alguns estiveram a funcionar em regime de serviços mínimos.
Com o lema «Salvemos o Osakidetza», milhares de pessoas manifestaram-se em Bilbau, Vitória-Gasteiz e Donostia, este sábado, em defesa do sistema público de saúde. As mobilizações foram convocadas por SATSE, ELA, LAB, SME, CCOO e UGT – os sindicatos com representação no sector – pela urgência de defender o Osakidetza (sistema público de saúde basco), de denunciar o seu desmantelamento, bem como o agravamento constante das condições dos trabalhadores. Amaia Mayor, do SATSE, disse à imprensa que os trabalhadores se vão continuar a mobilizar enquanto não existir um compromisso da parte do governo de Gasteiz «para mudar as coisas», tendo denunciado que as negociações com o Departamento da Saúde «estão bloqueadas» porque o governo basco assim o quer. O Osakidetza encontra-se entre as principais preocupações das pessoas, porque «se nota que o serviço é pior», disse Mayor à eitb.eus, criticando a elevada precariedade e defendendo a estabilidade no emprego. O sindicato LAB valorizou as grandes manifestações nas três capitais da Comunidade Autónoma Basca, onde se deixou clara a oposição às medidas que «conduzem à privatização e ao desmantelamento do serviço público». Ana Tere Álvarez, delegada do LAB, exigiu o fim dos «cortes» no sector e criticou a «má gestão do Departamento da Saúde, que se traduz no desmantelamento da Saúde pública». Para o sindicato, trata-se de um movimento «orquestrado» para fazer com que o sistema público «não funcione» e para acabar «com a nossa saúde de forma deliberada». Em sentido inverso, exige que o governo basco coloque os meios à disposição para «garantir um sistema de qualidade». Apesar dos serviços mínimos «abusivos», denunciados pelos sindicatos, a adesão dos trabalhadores à jornada de luta foi grande e houve manifestações em Bilbau, Donostia e Vitória-Gasteiz. A greve desta segunda-feira no Osakidetza – Serviço Basco de Saúde foi a quarta levada a cabo este ano pelos trabalhadores, que denunciam as decisões «unilaterais», a «senda da imposição», o «imobilismo» e a falta de negociação por parte do Departamento da Saúde. Foi convocada pelos sindicatos SATSE, ELA, LAB, CCOO, UGT e ESK em todos os cuidados especializados e na Rede de Saúde Mental, para denunciar a precariedade existente em ambas as áreas e exigir soluções imediatas. No Centro Basco de Transfusões e Tecidos Humanos, que ontem realizou a oitava jornada de greve em 2022, a adesão foi total, segundo refere o portal naiz.eus. Em virtude disso, os serviços de cirurgia nos hospitais Zumarraga, Mendaro ou San Eloy estiveram encerrados. Apesar dos elevados serviços mínimos decretados, que, «como vem sendo habitual, deixaram sem direito à greve milhares de trabalhadores», as organizações sindicais fizeram uma avaliação muito positiva da jornada de luta, que incluiu manifestações nas três capitais provinciais da Comunidade Autónoma Basca. Num comunicado conjunto, os sindicatos afirmaram a este propósito que, durante a pandemia, o Departamento do Trabalho aumentou os serviços mínimos habituais, que «já eram abusivos», e actualmente, apesar de ter levantado a quase totalidade das restrições nas ruas, continua a apoiar-se na pandemia para manter o aumento no número de efectivos. Na semana passada, sindicatos e Osakidetza reuniram-se para negociar, mas o encontro não serviu para materializar avanços, segundo revelaram as organizações representativas dos trabalhadores. Explicaram que o Osakidetza se recusou a pôr fim à elevada taxa de precariedade no sector da saúde pública, que ronda os 58% e afecta mais de 24 mil trabalhadores. Neste contexto, afirmam, o Osakidetza apenas aceitou conferir estabilidade a 3700 postos de trabalho. Em declarações à imprensa, recolhidas pelo naiz.eus, Amaia Mayor, do SATSE, disse que, «no Oskaidetza, temos outra pandemia: a falta de pessoal e a perda de direitos», sublinhando o excesso de trabalho que os funcionários enfrentam, bem como a «perda de qualidade e serviços» por parte dos utentes. Por seu lado, o sindicato LAB exigiu ao Serviço Basco de Saúde e ao governo de PNV e PSE que «deixem de faltar ao respeito aos trabalhadores», acrescentando que existe vontade de negociar, apesar daquilo que o Osakidetza mostrou até agora. Esther Saavedra, responsável do ELA do Osakidetza, comentou que impor uma taxa de estabilização de 3700 vagas é um número «totalmente escasso», sobre o qual não houve «nenhum tipo de negociação». Ana Vazquez, da UGT, lembrou que, no actual contexto e especialmente agora, que se aproxima o Verão, os funcionários não podem tirar as férias que querem, nem dias de descanso, nem licenças. O Osakidetza tem «problemas estruturais» que têm de ser abordados «urgentemente», lembrou Iñigo Urduño, das CCOO, esperando que haja negociação e «se possa chegar a acordos para melhorar o sistema público de saúde». Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Por seu lado, a representante do ELA Esther Saavedra defendeu a necessidade de tomar decisões para resolver «problemas estruturais», tendo pedido «vontade política» e mais investimento. «Os passos que se estão a dar vão no sentido contrário, com um investimento inferior à média europeia e à do Estado, enquanto a contratação de seguros privados não pára de aumentar», criticou. À eitb.eus, disse ainda que por trás da «falta de médicos» estão as «precárias condições de trabalho», sublinhando que os trabalhadores do Osakidetza têm condições laborais precárias em todas as categorias. Alertou ainda para problemas como sobrecarga de trabalho sistemática, a falta de cobertura das baixas, reformas e outras ausências, e uma perda de poder de compra de cerca de 20% nos últimos anos. Representantes de alguns partidos políticos progressistas fizeram-se representar nas mobilizações, bem como o movimento de Pensionistas de Euskal Herria, que exigiu ao governo basco uma saída para problemas «tão graves» como aqueles que o Osakidetza sofre. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença.Internacional|
Milhares nas ruas do País Basco contra o desmantelamento da Saúde pública
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Contra a precariedade, elevada adesão à greve no Serviço Basco de Saúde
«Temos outra pandemia: a falta de pessoal e a perda de direitos»
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Enumerando uma longa lista de centros e serviços hospitalares afectados pela paralisação, os sindicatos afirmam que isso ocorre num contexto de imposição de «serviços mínimos totalmente abusivos, que deixaram milhares de trabalhadores sem direito à greve».
Neste sentido, as estruturas sindicais denunciam uma «nova tentativa de neutralizar, impedir e atacar o direito à greve do colectivo», tanto pela parte do Departamento do Trabalho como de algumas administrações de centros de saúde, que «interpretaram o decreto de forma restritiva e impuseram a realização de serviços mínimos acima do exigido».
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