Já era conhecida a intenção do governo, não só a intenção de manter uma política de direita alheia aos interesses nacionais, como a de vender a Efacec, uma empresa que tem todas as condições de dar lucro e contribuir para a capacidade económica do país.
Após o Governo ter falhado a venda da Efacec à portuguesa DST em Outubro do ano passado por bloqueio da Comissão Europeia e ter alargado os prazos para serem apresentadas novas propostas ou serem melhoradas as já existentes, o governo decidiu vender a empresa a uma holding alemã cotada na bolsa de Frankfurt.
Em cima da mesa estavam as propostas do consórcio Visabeira/Sodecia e os fundos de capital privado Oxy Capital e Oaktree, mas o vendedor, que arrecada 71,73% do capital da Efacec foi a Mutares. O montante da venda, para mal da transparência, não foi revelado e hoje, em conferência de imprensa, o ministro do Mar e da Economia explicou apenas que a holding alemã traz consigo «um aporte financeiro importante à Efacec sem exigir garantias sobre ativos da empresa» e que «o que seduziu foi sobretudo o projeto industrial e tecnológico».
António Costa Silva sinalizou ainda que a Mutares traz consigo uma história de sucesso, algo que pode ser considerado estranho uma vez que do grupo empresarial, as empresas alemãs Zanders e Platinum, e a francesa Pixmania foram à falência e a francesa Artmadis foi liquidada.
Aqui pode estar um dos elementos a desconfiar de um negócio que parece ter contornos semelhantes ao negócio da saudosa Sorefame. Para já, e enquanto o negócio não é aprovado pela Direção Geral da Concorrência da União Europeia, o ministro espera que o Estado recupere o investimento de 217 milhões de euros, dos quais 132 milhões correspondem a suplementos e 85 milhões a garantias de crédito à banca.
Na conferência de imprensa foi ainda revelado que a holding que estará em sociedade com com os restantes accionistas (Grupo José de Mello com 14% e a Têxtil Manuel Gonçalves que detém 14,27%) tem a garantia que alguns dos credores «deram sinais de querer participar no esforço» que será realizado.
Sem muitas mais informações sobre o processo e o plano de ataque,há só uma certeza: o Estado quis despachar uma empresa que poderia ser considerada um activo, uma vez que na passada semana ganhou um um contrato de 18 milhões de euros e assim contrariou a narrativa que a empresa era apenas tóxica. Mais uma vez, o Capital mandou e o Governo acatou.
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