É preocupante a situação de Julian Assange, jornalista australiano e fundador do WikiLeaks. Preso arbitrariamente desde 2019 por ter noticiado informação considerada confidencial sobre a acção dos EUA e seus aliados, nomeadamente pelas suas acções no Iraque e no Afeganistão, e ter revelado crimes de guerra, Assange é neste momento a figura que representa um ataque claro e directo à liberdade de informação e imprensa.
O jornalista australiano, no passado dia 6 de Junho, viu rejeitado pelo Tribunal Superior de Justiça, o seu recurso à ordem de extradição. Neste momento está em causa a sua extradição para o EUA, havendo a possibilidade de, ao lá chegar, vir a ser condenado a passar até 175 anos na prisão.
Neste sentido, os deputados do PCP no Parlamento Europeu, João Pimenta Lopes e Sandra Pereira, procuraram colocar no Parlamento Europeu, a instituição que diz bater-se pela liberdade, em sessão plenária, a situação de Assange e o risco iminente de extradição.
Na sua intervenção, o deputado comunista ao Parlamento Europeu disse que segundo o Presidente da Federação Internacional de Jornalistas «se Assange for extraditado e preso, nenhum jornalista do mundo estará seguro». Para João Pimenta Lopes, o facto do Tribunal Superior de Justiça do Reino Unido ter rejeitado o recurso de Julian Assange contra a extradição para os EUA trata-se de uma decisão «preocupante, não apenas pelo risco real de graves violações dos seus direitos, incluindo a sua integridade física, a liberdade de expressão ou um julgamento justo, mas também porque a tentativa de extradição, criminalização e prisão de Julian Assange representa uma inaceitável pressão, visando condicionar a publicação de informação de interesse público». Face ao exposto, PS, PSD e CDS votaram contra a possibilidade de se debater este ataque a direitos e liberdade democráticas.
Também ontem, os deputados do PCP reuniram vários deputados de vários grupos políticos do Parlamento Europeu e apelaram à libertação de Assange. Nessa acção levada a cabo pelo comunistas portugueses, foi reafirmada a solidariedade com o jornalista e feito um protesto simbólico com um fotoprotesto. Segundo a nota publicada nas redes sociais o no processo em causa «não se pode dissociar dos processos de concentração da propriedade e do controlo dos meios de comunicação social por parte de transnacionais, a par do aumento da precariedade nas relações laborais dos jornalistas, que constitui uma séria ameaça ao pluralismo, à liberdade de imprensa, de expressão e de informação».
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