Membros de organizações anti-imperialistas e pessoas solidárias com Cuba juntaram-se, este domingo, frente à Casa Branca, em resposta ao apelo de mobilização realizado pela National Network on Cuba, para afirmar que «Cuba não é um Estado terrorista» e exigir o «fim do terrorismo norte-americano contra Cuba».
A manifestação, que culminou uma semana nacional de solidariedade com a Ilha, durante a qual se pediu ao presidente Joe Biden que acabe com a actual política hostil, serviu também para dar visibilidade às moções que têm sido aprovadas em múltiplos municípios norte-americanos a exigir que se retire o país caribenho da lista, criada pelos EUA, de estados patrocinadores do terrorismo.
Ao longo do fim-de-semana, noutros pontos do país, também houve mobilizações enquadradas no âmbito da campanha «Take Cuba off the List of State sponsors of terror», mas a marcha de Washington, que partiu do Monumento ao libertador José de San Martín e terminou frente à Casa Branca, tinha carácter nacional.
«Estamos aqui para dizer a Joe Biden que retire Cuba da lista de estados patrocinadores do terrorismo e que o bloqueio tem de acabar», disse um dos oradores, citado pela Prensa Latina.
Carlos Lazo, coordenador do movimento Puentes de Amor, viajou de Seattle para estar presente na capital, tendo destacado a importância da mobilização.
Por seu lado, Elena Freyre, presidente de la Coalición Alianza Martiana, que viajou de Miami, defendeu que o presidente deve «cumprir as suas promessas», tendo recordado como, durante a campanha eleitoral, afirmou que, se fosse eleito, acabaria com as sanções a Cuba.
Já Rosemarie Mealy, que viajou de Nova Iorque, destacou que os mais de 60 anos de bloqueio provocaram demasiado sofrimento ao povo cubano.
Cuba, «um farol de esperança»
Na sua conta de Twitter, a International Peoples' Assembly afirma que a mobilização de Washington teve lugar «em solidariedade com Cuba e o seu projecto socialista – um farol de esperança e resistência contra a agressão do imperialismo norte-americano».
«Lutamos contra o imperialismo em casa e continuamos a construir a solidariedade internacional com Cuba e a sua luta contínua pela soberania», afirma.
No local, Lillian House, da organização Answer Coalition, perguntou «porque é que Cuba é o maior inimigo dos EUA». «Porque se atreve a dizer que são um povo soberano. Porque Cuba se atreveu a correr com as empresas norte-americanas», sublinhou.
«Muitos norte-americanos estiveram em Cuba e viram em primeira mão que [ali] dirigem tudo o que têm, por mais limitado que seja, para as necessidades do povo», declarou.
«Cuba, mesmo sendo tão pequena, faz tanto pelo seu povo e é por isso que é o maior inimigo dos EUA. Não é porque que Cuba seja terrorista ou um Estado patrocinador do terrorismo, mas porque inflige terror nos corações dos imperialistas – com medo de que os oprimidos e os explorados vejam o seu exemplo e se revoltem e digam: "Recusamo-nos a ser subjugados!"», clamou.
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