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Na Casa das Américas dialoga-se sobre marxismo

Estudiosos de oito países participam no Curso Internacional de Verão «Pensamento marxista e práticas políticas na Afro-américa», que decorre na Casa das Américas, na capital cubana.

Zuleica Romay, directora do Programa de Estudos sobre a Afro-américa da Casa das Américas, e organizadora do Curso Internacional de Verão «Pensamento marxista e práticas políticas na Afro-américa» 
Créditos / laventana.casa.cult.cu/

O curso, que teve início no dia 3, constitui-se como «espaço para enriquecer o acervo teórico marxista, com o objectivo de enfrentar os desafios do presente», refere a Casa das Américas na sua conta de Twitter.

Até dia 7, sexta-feira, participantes do Brasil, México, Espanha, Colômbia, Portugal, Alemanha, Reino Unido e Cuba têm oportunidade de partilhar opiniões e debater, por exemplo, sobre os contributos dos intelectuais caribenhos para a economia política marxista, tendo por base uma conferência que será dada pela académica Graciela Chailloux.

Outras conferências são «Tem cor o marxismo? Versões afro-americanas da história do mundo», de Daniel Montañez, e «Os marxismos africanos. Um olhar desde o Sul de África», de Pablo Gilolmo, indica a Prensa Latina.

Anayansi Castellón Jiménez, professora da Universidade Central de Las Villas «Marta Abreu», deu a conferência «Pensemos e transformemos o mundo. Vigência do marxismo no século XXI» / laventana.casa.cult.cu/

No âmbito do amplo programa, será também apresentado o livro Por la soberanía intelectual del Caribe: el Grupo Nuevo Mundo, uma compilação a cargo dos professores e investigadores Graciela Chailloux (Cuba), Norman Girvan (Jamaica) e Kari Levitt (Canadá), publicada pela Casa de las Américas.

Ainda Bolchevique negro: autobiografía de un comunista afroamericano, de Harry Haywood, de Daniel Montañez e Juan Vicente Iborra, bem como o volume Socialismo de Isla. Cuba: panorama de las ideas socialistas, 1818-1899, do investigador cubano Jorge Luis Montesino.

Na inauguração do evento, a escritora e ensaísta Zuleica Romay, directora do Programa de Estudos sobre a Afro-américa da Casa das Américas, explicou que o programa académico deste curso não pretende historiar os desenvolvimentos do marxismo, nem aprofundar os seus pressupostos filosóficos.

laventana.casa.cult.cu/

«Os seus conteúdos convidam-nos a reflectir sobre alguns dos debates mais acirrados do nosso tempo, a revisitar propostas teóricas e práticas políticas que – partindo das margens e não raro subestimadas dentro do próprio campo teórico marxista – fornecem referências, metodologias e experiências para as batalhas culturais e políticas de hoje», disse, citada pelo portal laventana.casa.cult.cu.

A intelectual cubana advertiu que «o marxismo não é uma teoria europeia, mas universal. É um só, como afirmam – com receosa determinação – alguns companheiros. Claro que têm razão, embora gostasse de sublinhar que é uno na sua histórica pluralidade».

«Enquanto conhecimento científico, o marxismo foi interpelado e enriquecido nas Américas e África por outras correntes do pensamento socialista», disse.

Romay afirmou ainda que, «na sua evolução, um espectro diversificado de nacionalismos, feminismos e pan-africanismos, bem como certas construções teológicas do Sul Global, se apropriaram, em diferentes graus, das suas ferramentas analíticas».

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