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CGD. Trabalhadores não abdicam de aumento intercalar

O Sindicato dos Trabalhadores das Empresas do Grupo CGD denuncia que o banco público se recusa a aplicar aumento de 1% e anuncia que vai requerer o início do processo de conciliação no Ministério do Trabalho. 

Depois do encerramento de balcões, a redução do horário de atendimento é mais um passo na degradação do serviço prestado pelo banco público
CréditosTiago Henrique Marques / Agência Lusa

Numa reunião com o presidente da Comissão Executiva do banco público foi reiterada a informação de que a Caixa Geral de Depósitos (CGD) não iria cumprir o aumento intercalar de 1% com efeitos a Janeiro de 2023, como resulta da proposta do sindicato e posterior despacho do Ministério das Finanças para as Empresas do Sector Empresarial do Estado, refere o Sindicato dos Trabalhadores das Empresas do Grupo CGD num comunicado.

Em alternativa, afirma, «foi apresentada pela CGD a possibilidade de se efectuar um pagamento em formato de apoio extraordinário, ou seja, um valor a definir e a pagar numa única tranche apenas aos trabalhadores do activo».

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Aumentos salariais na CGD? As negociações continuam

Após a terceira reunião com os sindicatos, continua a não haver acordo, afirma o STEC, sublinhando que a CGD mantém uma posição distante das necessidades dos trabalhadores e reformados.

Sede da Caixa Geral de Depósitos 
Créditos / tecnoplano.pt

O Sindicato dos Trabalhadores das Empresas do Grupo CCG (STEC) destaca, em comunicado ontem emitido, que a Caixa Geral de Depósitos (CGD) «subiu a sua proposta para 3,5% de aumento médio», na terceira reunião negocial.

Neste sentido, a estrutura sindical entende que a empresa «mantém uma posição muito distante da proposta do STEC e da necessidade dos trabalhadores e reformados», que precisam de «um aumento remuneratório que permita responder minimamente à inflação e ao aumento brutal do custo de vida».

A proposta negocial do sindicato mais representativo da CGD passa por um aumento único de 100 euros para todos os níveis e uma negociação específica para as cláusulas de expressão pecuniária (como diuturnidades, subsídio de almoço, subsídio de apoio de nascimento/adopção, subsídio de estudo).

As negociações vão continuar para a semana, informa o STEC, que denuncia a «insensibilidade» da administração perante «a degradação social que se vive», «perante uma situação que começa a ser insustentável e que exige um urgente aumento de salários e pensões de reforma».

Trabalhadores a perderem poder de compra, empresa a acumular «milhões e milhões de lucros»

No texto, lembra-se ainda que várias empresas, com lucros muito distantes dos da CGD, «acertam aumentos bem mais significativos». Desta forma, o STEC pede que «cada um faça uma reflexão sobre esta inadmissível situação, numa empresa que à custa do nosso esforço acumula milhões e milhões de lucros, mas que se continua a recusar reconhecê-lo».

Já no comunicado emitido a propósito da segunda ronda negocial, a 26 de Janeiro, o STEC denunciava que o poder de compra perdido pelos trabalhadores e reformados da CGD ocorria a par dos maiores lucros de sempre, que «poderão atingir na CGD os mil milhões de euros em 2022».

A estrutura sindical lembrava ainda as declarações do presidente executivo da CGD, Paulo Macedo, de acordo com as quais «as empresas devem reter os seus talentos», e como isso «não condiz com aquilo a que se assiste dentro da CGD»

Acrescenta que o panorama é de «muitos trabalhadores, mais jovens e qualificados, a insistirem na adesão à rescisão de contrato por mútuo acordo, precisamente porque não têm perspetivas de carreira, nem ganham o suficiente paraconstituir família e comprar casa».

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O STEC diz não se opor a que o referido pagamento se concretize,«desde que de forma transparente, justa e igualitária», de forma a evitar a discriminação ocorrida em 2022, que «deixou injustamente de fora» pré-reformados e trabalhadores com um rendimento bruto acima de 2700 euros.

Apesar disso, não aceita que a CGD, que no exercício de 2022 e nos primeiros três meses de 2023 já acumula um lucro de mais de mil milhões de euros, se recuse a actualizar, em apenas 1%, os salários e pensões de trabalhadores e reformados, «tal como já fizeram várias outras Empresas do Sector Empresarial do Estado e com menos resultados». Actualização que, recorda o sindicato, tinha por base «a necessidade de uma rápida correção dos aumentos salariaisnegociados, em resultado de um registo de inflação acima do que era previsto para 2023».

Nesse sentido, o STEC anuncia que vai requerer o início do processo de conciliação no Ministério do Trabalho e solicitar audiências aos grupos parlamentares da Assembleia da República, Ministério das Finanças e Comissão de Orçamento e Finanças. 

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