|Chile

Em Santiago, marcha até ao monumento a Salvador Allende

No 53.º aniversário da sua eleição para a Presidência, organizações políticas e sociais realizaram uma marcha até ao monumento a Salvador Allende, na Praça da Constituição, em Santiago do Chile.

Créditos / Prensa Latina

A 4 de Setembro de 1970, Allende venceu as eleições como candidato da Unidade Popular, uma coligação de esquerda em que figuravam os partidos Socialista e Comunista e o Movimento de Acção Popular Unitário (MAPU).

Nos cerca de 2000 dias do seu governo, o país austral sofreu grandes transformações, como a nacionalização do cobre, o aceleramento do processo de reforma agrária, a saúde universal ou meio litro de leite diário, para acabar com a desnutrição infantil.

«Allende venceu ao cabo de quatro eleições, não foi de um dia para o outro, mas, sim, o resultado de um povo que se organiza», disse à Prensa Latina Pablo Teillier.

O filho do recentemente falecido presidente do Partido Comunista do Chile, Guillermo Teillier, também participou na marcha, ao lado de Margarita Alvarado, viúva do dirigente comunista.

«O meu pai estaria aqui de certeza, pelo que naturalmente estamos em nome dele e pelo que representa a figura de Allende», disse.

A marcha passou frente à porta de Morandé 80, do Palácio de La Moneda, por onde foram retirados os restos mortais do presidente chileno a 11 de Setembro de 1973, quando se deu o golpe de Estado liderado por Augusto Pinochet.

PL

Na conclusão da marcha, o secretário-geral do Partido Comunista do Chile, Lautaro Carmona, lembrou que, naquela mesma praça, o presidente alertou para uma grave conspiração de elementos reaccionários que, para atacar o avanço do povo, não hesitam em recorrer a práticas fascistas.

Carmona denunciou ainda que, hoje, a extrema-direita faz um uso abusivo da sua maioria no Conselho Constitucional encarregado de redigir uma nova Carta Magna, para substituir a vigente desde a época da ditadura (1973-1990).

«Se a proposta de Constituição emanada desse conselho passar por cima dos interesses do povo, sem dúvida, será refutada», disse Carmona.

O mesmo local onde a marcha culminou esta segunda-feira foi palco de uma enorme mobilização no passado dia 26 de Junho, para assinalar o 115.º aniversário do nascimento de Allende.

A iniciativa foi convocada pela Comissão de Iniciativas Populares para comemorar os 50 anos do golpe de Estado. Em declarações à Prensa Latina, Julia Urqueta, advogada e membro da comissão, lembrou os avanços que o país conheceu sob a liderança de Salvador Allende, sobretudo as camadas mais desfavorecidas, que «puderam ter condições dignas».

«Foi um governo realmente de carácter popular que lutou pelas transformações do país, e a mais importante foi a nacionalização do cobre», frisou.

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