A reparação da «dívida histórica», que há 43 anos afecta milhares de docentes chilenos, tem sido uma das reivindicações sempre presentes no caderno que é apresentado ao executivo de Boric.
No seu portal, o Colégio de Professores do Chile dá conta da acção simbólica realizada esta quinta-feira na Praça da Constituição para recordar o «prejuízo» causado a milhares de docentes, bem como a entrega de um folheto ao presidente da República com as suas caras e a reafirmação da exigência, ao governo, de que cumpra a promessa feita no sentido de resolver o problema.
Mario Aguilar, presidente nacional do Colégio de Professores, destacou o facto de ainda não ter sido feita justiça e que as pessoas afectadas sofrem graves consequências, que passam por pensões insuficientes e problemas de saúde.
Docentes do Ensino público prejudicados
A greve de 48 horas segue-se à paralisação realizada a 26 de Julho. O Colégio de Professores do Chile anunciou que o protesto tem carácter «ascendente», até que o governo responda ao caderno reivindicativo. Carlos Díaz Marchant, presidente da organização sindical, disse à imprensa que a greve de dois dias, que hoje se inicia, se concretiza «devido à demora em satisfazer as reivindicações». A reparação da «dívida histórica», melhores salários e condições de trabalho, o pagamento de subsídios em atraso, a melhoria da qualidade da Educação no Chile são alguns dos pontos que se incluem no caderno apresentado pelos docentes ao executivo chileno. A chamada «dívida histórica» está relacionada com os prejuízos salariais sofridos por milhares de professores do ensino público, em virtude de, no período da ditadura militar, a Educação ter passado da alçada do governo central para os municípios. Entretanto, a Lei passou a contemplar uma compensação, que não lhes foi paga. Esta situação também teve impacto nas pensões dos professores que se reformaram nos anos seguintes. Embora os governos subsequentes à ditadura de Pinochet tenham reconhecido a «injustiça», a situação destes professores nunca foi reparada. Entre as exigências dos professores, apresentadas há um ano, contam-se também a alteração do sistema de financiamento do ensino público, o fim da sobrecarga laboral e medidas para resolver, com carácter de urgência, o problema da violência nos recintos escolares, indica a TeleSur. Tendo em conta casos de grande violência verificados em várias escolas do país, sobretudo na capital, Santiago, o ministro da Educação, Marco Antonio Ávila, anunciou que o programa «A conviver se aprende» seria alargado a 160 comunas do país sul-americano. No entanto, refere a Prensa Latina, representantes do sindicato defenderam que a resposta ao problema não passa por uma política que se centra em determinados espaços e deve ter um carácter mais abrangente. Para esta quarta-feira, está prevista uma manifestação frente ao Congresso Nacional, na cidade de Valparaíso. No final destes dois dias de greve, os professores devem realizar um plenário para decidir se avançam para uma paralisação por tempo indeterminado. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença.Internacional|
Docentes chilenos em greve por melhores salários e condições
Violência nos recintos escolares exige medidas abrangentes
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A chamada «dívida histórica» está relacionada com os prejuízos salariais sofridos por milhares de professores do Ensino público, em virtude de em 1981, no período da ditadura militar (1973-1990), a Educação ter passado da alçada do governo central para os municípios. Entretanto, a Lei passou a contemplar uma compensação, que não lhes foi paga.
Esta situação também teve impacto nas pensões dos professores que se reformaram nos anos seguintes. Embora os governos subsequentes à ditadura de Pinochet tenham reconhecido a «injustiça», a situação destes professores nunca foi reparada.
Também foi anunciada para ontem a entrega de uma carta ao Ministério da Educação por parte dos professores reformados da Região Metropolitana de Santiago, na qual se reclama o pagamento imediato da «dívida histórica».
Na missiva, a que a Prensa Latina alude, os professores reformados recordam a origem do problema, acrescentando que verbas irrisórias não serão vistas como um acto de justiça.
Na carta que é dirigida ao titular da pasta, Nicolás Cataldo, sublinha-se o facto de que todas as vítimas deste problema, 82 096 professores, são pessoas idosas e que, em Dezembro de 2022, tinham falecido mais de 22 mil sem receber qualquer resposta.
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