A CeX pode «não respeitar os direitos laborais», como o AbrilAbril noticiou em Agosto, a empresa não reconhece, em termos salariais, as funções que os trabalhadores cumprem (significando uma perda de até 200 euros mensais), mas «a força e persistência» dos seus funcionários limitam a capacidade das chefias da CeX em avançar com a exploração.
Todos os trabalhadores da CeX têm de avaliar equipamentos. Isto não são funções de caixa, são de técnico de compras, afirma o CESP/CGTP. Diferença nas carreiras em Aveiro implica perdas salariais de 200 euros/mês. A maçã não cai longe da árvore. Embora esta situação específica, denunciada pelo Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal (CESP/CGTP-IN) e pelos funcionários, tenha lugar na loja da CeX em Aveiro, a empresa de venda de equipamento electrónico em segunda mão tem já um longo historial de exploração da força laboral. Considerando todas as funções que exercem nas lojas da empresa, os trabalhadores da CeX não podem ser considerados caixeiros, defende sindicato, frisando que se trata de um trabalho mais especializado. O Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal (CESP/CGTP-IN) chama a atenção, através de comunicado, para a necessidade da «correcção das categorias profissionais, de forma que os trabalhadores sejam devidamente valorizados». Aliás, o sindicato sublinha que «na Contratação Colectiva estão garantidos os direitos dos trabalhadores» e exige a sua aplicação. Entretanto, o CESP anuncia que reuniu com a empresa e que, para além deste assunto que a empresa teima em não resolver, foram abordadas outros questões. Por um lado, o facto de a substituição de um trabalhador com categoria superior dar direito a salário igual, ao trabalhador substituto, no tempo que durar a substituição, e, por outro, a limpeza das lojas. Segundo a estrutura sindical, não cabe aos trabalhadores das lojas – de troca e venda de artigos de electrónica e entretenimento em segunda mão – realizar as limpezas da fachada das mesmas ou de outro tipo. Cada trabalhador «deve zelar pelo seu espaço de trabalho, mas isso não inclui as limpezas gerais das lojas», sublinha o sindicato. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Antes da intervenção do CESP, a CeX «obrigava os trabalhadores a revistarem-se uns aos outros, de forma a saberem quanto dinheiro ou bens pessoais» (telemóveis, por exemplo) cada um trazia e levava, antes e depois da jornada de trabalho. Era um verdadeiro «atentado contra os direitos humanos» levado a cabo pela empresa, refere o sindicato, em comunicado enviado ao AbrilAbril. Muito embora a intervenção do CESP tenha acabado com esta «artimanha», a CeX ainda obriga os trabalhadores «a comunicar os seus pertences pessoais». É «pressão e repressão». A CeX quer (e precisa de) trabalhadores qualificados, «paus para toda a obra», mas recusa-se a pagar salários decentes e a tratá-los como seres humanos, merecedores de condições dignas. Os trabalhadores da CeX exigiram que as suas categorias profissionais fossem actualizadas, de acordo com o estabelecido no Contrato Colectivo de Trabalho (CCT) para os trabalhadores do comércio retalhista de Aveiro. A empresa, no entanto, recusa-se a fazê-lo, privando os funcionários desta loja dos cerca de 200 euros mensais a que têm direito. «Todos os trabalhadores cumprem as mesmas funções de grande responsabilidade que passam por avaliar equipamentos e colocá-los à venda. Isto não são funções de um caixeiro, são sim funções de um técnico de compras», critica o CESP. A loja de Aveiro vai estar em greve no dia 10 de Agosto, com piquete à porta da CeX às 10h30. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença.Trabalho|
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«Com a força da luta, temos conseguido resposta da empresa a diversas reivindicações», refere o Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal (CESP/CGTP-IN), em comunicado, e este caso não foi diferente. A CEX cedeu, e reverteu «o despedimento ilícito de uma trabalhadora cujo contrato de trabalho correspondia a um vínculo permanente».
«Esta vitória confirma a necessidade e a justiça da luta dos trabalhadores», defende o sindicato: se um trabalhador está a exercer funções na CeX, «deve informar-se sobre os seus direitos» com o CESP, sob pena de consentir a práticas repressivas como a obrigatoriedade de ser revistado por outros colegas (situação a que o CESP conseguiu pôr termo).
Dispensada em Maio, a empresa argumentava que a trabalhadora da loja da CeX em Aveiro tinha um contrato a prazo, tendo sido despedida no término do seu vínculo. Só que, como ficou provado, era apenas um truque da empresa: a trabalhadora tem um contrato com vínculo permanente que vai continuar a honrar.
«O CESP tem estado junto destes trabalhadores e estará na luta com todos os que de nós precisarem», afirma, ainda, o sindicato. «A CEX não respeita os direitos laborais, mas tem sido obrigada a ceder perante a força e persistência dos trabalhadores».
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