Dê por onde der, há uma certeza: «o fim da ocupação da Palestina é condição basilar para pôr fim ao conflito». Na situação actual, no entanto, a Confederação Nacional da Agricultura (CNA), em comunicado, insiste na necessidade urgente de «dar início a um processo de resolução não violenta do conflito entre a Palestina e Israel», começando por um «cessar-fogo imediato e incondicional e ao fim de todos os actos de violência contra civis».
Reunidas esta semana, CNA e MST, num comunicado conjunto, reiteraram a unidade na defesa da agricultura camponesa e manifestam preocupação com o acordo UE-MERCOSUL. Representantes da Confederação Nacional da Agricultura (CNA), de Portugal, e do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), do Brasil, reuniram-se em Coimbra para reafirmar seu compromisso com a defesa e promoção da agricultura camponesa. Segundo o comunicado conjunto, com o encontro foram «realçados os já longos anos de fraterna relação entre as duas Organizações de Agricultores», assim como foi definida a necessidade de reforçar laços e desenvolver acções conjuntas em prol da «implementação da Declaração das Nações Unidas dos Direitos dos Camponeses e Outras Pessoas que trabalham em áreas rurais (UNDROP), do direito das populações a uma alimentação saudável e de proximidade e da soberania alimentar dos povos». No encontro, foram abordados os desafios enfrentados pelos agricultores, incluindo a especulação nos preços, os baixos preços pagos à produção e as dificuldades de acesso à terra para a Agricultura Familiar e os Trabalhadores Sem Terra. A para desta avaliação ficou também expressa a preocupação com a criminalização de organizações camponesas e dos seus membros, ficando vincada a solidariedade com todos aqueles que lutam pelo direito de produzir e pelo direito à terra, em defesa da agricultura camponesa. Além deste ponto, a CNA e o MST manifestaram grande preocupação em relação às negociações do Acordo UE-MERCOSUL, destacando que, no âmbito da produção de alimentos, esse acordo poderá prejudicar os agricultores de ambos os lados do Atlântico, ao favorecer ainda mais o agronegócio internacional em detrimento de quem trabalha a terra e dos consumidores locais. Ambas as organizações também se posicionaram sobre os objetivos propostos na Cimeira dos Sistemas Alimentares da ONU (UNFSS+2), que está ocorrer em Roma, alertando para uma tendência que visa limitar ainda mais o papel dos Estados no que diz respeito à segurança alimentar. De acordo com o comunicado há preocupação com a possibilidade da UNFSS+2 poder vir a abrir caminho para «o aumento do poderio das grandes corporações internacionais do agronegócio, colocando em risco os direitos dos produtores e dos consumidores». Unidas na La Via Campesina, a CNA e o MST reafirmaram sua determinação na luta pela implementação da Declaração das Nações Unidas dos Direitos dos Camponeses e Outras Pessoas que trabalham em áreas rurais (UNDROP) nos seus respectivos países. As organizações salientam a importância de mobilizar «agricultores e trabalhadores sem terra na luta pelo direito à terra que trabalham, pelo direito de produzir, pela justa remuneração do trabalho no campo, pela igualdade de género e pela soberania alimentar dos povos». Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença.Internacional|
CNA e MST manifestam preocupação com o acordo UE-MERCOSUL
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Expressando a sua solidariedade para com todas as vítimas civis e as suas famílias, independentemente da sua religião ou nacionalidade, a CNA junta a sua voz à exigência de uma abertura imediata «de corredores seguros e das fronteiras para garantir que energia, alimentos, água e cuidados médicos, desesperadamente necessários em Gaza, sejam fornecidos imediatamente à população».
A situação não é nova para o martirizado povo palestiniano, seja na Cisjordânia ou em Gaza (até ao momento, 3o de Outubro, mais de 8 mil pessoas foram assassinadas em território da Palestina em poucas semanas). Esta população sofre, há várias décadas, com «elevados níveis de insegurança alimentar, desemprego, expropriação de terras e mar, destruição de infra-estruturas e culturas agrícolas e acesso muito limitado a serviços essenciais» em resultado da ocupação e agressão israelita.
É uma «clara violação do direito internacional, de resoluções das Nações Unidas e dos Direitos Humanos fundamentais» que apenas persiste com a conivência e a passividade de muitos governos, incluindo os de maioria PS/PSD e CDS em Portugal, e de toda a União Europeia.
Enquanto membro integrante da organização camponesa internacional La Via Campesina (LVC), a CNA faz eco da posição solidária dos camponeses de todo o mundo, reafirmando o seu apoio de muitas décadas aos agricultores, pescadores e a todo o povo da Palestina na luta pelo seu «direito à alimentação, à água e às suas terras, tantas vezes perdidas para dar lugar a colonatos israelitas que são ilegais sob o direito internacional». No comunicado, os camponeses de Portugal expressam ainda a sua solidariedade à organização palestiniana União dos Comités de Trabalho Agrícola (UAWC), também ela integrante da LVC.
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