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A greve dos mineiros de Aljustrel, agora em livro

Aljustrel – 100 anos, do fundo à superfície assinala a luta que obrigou os mineiros aljustralenses «a entregar à solidariedade» do operariado do Sul mais de duas centenas de crianças para que tivessem o que comer.

Depois da apresentação, no passado dia 1, na sede do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria Mineira, em Aljustrel, numa sessão participada por cerca de 200 pessoas, o livro Aljustrel – 100 anos, do fundo à superfície será dado a conhecer na Casa do Alentejo, em Lisboa, no próximo dia 18 de Novembro, pelas 16h. 

A Comissão de Aljustrelenses revela num comunicado que a obra aborda a greve realizada no Inverno de 1922 e 1923, na mina de Aljustrel, que obrigou os mineiros «a entregar à solidariedade do operariado do Sul do País mais de duas centenas das suas crianças para que elas tivessem o que comer».

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Aljustrel a braços com problema ambiental e de saúde pública

Nesta vila alentejana há uma concentração de partículas inaláveis (PM10) e níveis de arsénio em quantidades superiores ao definido por lei. O alerta surgiu num relatório da Universidade de Coimbra.

A empresa Almina detém a concessão da mina de Aljustrel 
Créditos / Sem Mais

O estudo não contempla a análise das partículas PM2,5, que são as que representam maior risco para a saúde, mas constata que «existe um problema com a quantidade de poeiras». As partículas PM10 estudadas (as segundas mais finas e mais susceptíveis de se infiltrarem no sistema respirarório) «excedem claramente» os limites permitidos por lei, assim como os níveis de arsénio.

Ao tornar públicos os resultados da análise elaborada pela Universidade de Coimbra, a CDU afirma que os dados mais preocupantes foram recolhidos durante o mês de Agosto de 2020, já depois da obra de encapsulamento da zona de britagem, por parte da empresa mineira Almina, se encontrar terminada, sendo que a empreitada para minimizar a dispersão de poeiras foi concluída em Maio de 2020.

«O "azar" dos aljustrelenses chega a ser tanto, que os dados actuais foram divulgados poucos dias após o término de uma consulta pública sobre o processo de licenciamento único de ambiente, relativa à actualização das capacidades instaladas da Almina, que terminou em 27 de Janeiro do corrente ano, e na qual qualquer cidadão ou entidade se podia pronunciar, e poderia assim tê-lo feito munido destas importantes informações», lê-se num comunicado da coligação PCP-PEV.

Esta força política critica ainda que, decorridos dois anos e meio da reunião da Assembleia Municipal extraordinária sobre a qualidade do ar em Aljustrel, onde foi pela primeira vez reconhecida a existência de um problema ambiental, nenhuma medida tenha sido até agora aplicada na totalidade. 

Reforça que a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) e a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) do Alentejo «tardam em assumir» as suas responsabilidades e que a Câmara Municipal de Aljustrel não tem sido capaz de assumir uma «postura vigorosa» em defesa do interesse de saúde da população, que convive há cerca de 12 anos com poeiras altamente nocivas. 

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O ponto de partida para o livro foi a exposição homónima, realizada em 2022, e que retratou, «tão fidedigno quanto possível, o historial rico em acontecimentos dos últimos 100 anos nesta terra mineira, com o devido enquadramento histórico nacional e internacional, que deixou marcas na memória das suas gentes».

A publicação do livro «responde ao anseio das cerca de 3 mil pessoas que visitaram a exposição e que manifestaram o desejo de perpetuar na memória esta iniciativa, mas principalmente a vida desta comunidade lutadora e sofredora», lê-se na nota. A Comissão, responsável pela exposição e pelo livro, informa que a edição Aljustrel – 100 anos, do fundo à superfície reproduz «a totalidade dos cerca de 90 painéis expostos, e todo o caminho para lá chegar».

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