|Palestina

Forças israelitas matam outro jornalista palestiniano nos ataques a Gaza

De acordo com a agência Wafa, mais de 200 palestinianos foram mortos na sequência dos bombardeamentos israelitas das últimas horas, incluindo o jornalista Adel Zourub.

Um grupo de palestinianos rodeia os corpos sem vida dos jornalistas Hassouna Sleem e Sary Mansour, mortos num ataque israelita contra uma casa, num hospital da região central da Faixa de Gaza 
Créditos / PressTV

Os ataques sionistas desta madrugada concentraram-se no Sul do enclave costeiro, em Khan Younis e Rafah, onde faleceu o jornalista Adel Zourub.

De acordo com os dados da agência oficial, Zourub é o 94.º jornalista ou trabalhador da comunicação social a ser morto desde o início da agressão israelita, a 7 de Outubro. Com ele, foram mortas 14 pessoas em três casas da família Zourub bombardeadas pelo Exército israelita.

No dia anterior, foi assassinada a jornalista palestiniana Haneen Ali al-Qashtan, juntamente com vários membros da sua família, na sequência de um bombardeamento israelita contra o campo de refugiados de Nuseirat, na região central do território.

Na sexta-feira passada, foi morto Samer Abudaqa, operador de câmara da cadeia Al Jazeera, durante um ataque israelita contra Khan Younis.

Desde que começou o mais recente massacre israelita na Faixa de Gaza, mais de meia centena de sedes do sector foram atacadas pelas forças israelitas, incluindo escritórios da Al Jazeera, da Palestina TV, da agência noticiosa Ma’an, ou dos jornais Al Quds e Al Ayyam, revelou o Sindicato dos Jornalistas Palestinianos.

Por seu lado, a Sociedade de Prisioneiros Palestinianos (SPP) revelou, ontem, que as forças de ocupação prenderam pelo menos 46 jornalistas, desde 7 de Outubro.

Sistema de saúde bastante atacado em Gaza

Sem contar com a mortandade desta noite e madrugada, porque os dados foram divulgados ontem à tarde, o Ministério palestiniano da Saúde revelou que 19 453 palestinianos foram mortos como consequência dos ataques israelitas e que o número de feridos reportados ascende a 52 286 (sem contar com a Cisjordânia ocupada).

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Solidariedade com a Palestina em Lisboa, Porto e São João da Madeira

A Plataforma Unitária de Solidariedade com a Palestina promove a realização de um cordão humano em Lisboa, este sábado, dia em que tem lugar uma sessão pública solidária em São João da Madeira.

Manifestação solidária com o povo palestiniano e em defesa de um cessar-fogo imediato, em Lisboa, a 8 de Dezembro de 2023 
Créditos / CPPC

A iniciativa promovida pela Plataforma Unitária de Solidariedade com a Palestina (PUSP) tem lugar esta tarde, às 14h30, em Lisboa. Trata-se de um cordão humano «em defesa dos direitos humanos, com um percurso de solidariedade e esperança, desde o Hospital de Santa Maria, passando pela Embaixada dos Estados Unidos e pela Embaixada de Israel, até à Maternidade Alfredo da Costa», afirma-se no texto associado ao evento.

Com a acção solidária, a PUSP reafirma a exigência de um cessar-fogo imediato e permanente, o fim ao cerco e a entrada de ajuda humanitária sem restrições na Faixa de Gaza; bem como o fim da agressão nas cidades, aldeias e campos de refugiados em toda a Palestina.

«Façamos com que, em Portugal e no Mundo, se ouça com força o nosso grito solidário por justiça e paz», afirmam.

Sessão pública em São João da Madeira

Igualmente hoje, pelas 15h30, tem lugar no Auditório José Afonso (Sindicato do Calçado), em São João da Madeira, uma sessão pública, dinamizada pelo Conselho Português para a Paz e Cooperação (CPPC) e devotada à «Paz no Médio Oriente e Palestina independente».

O encontro desta tarde conta com a participação do historiador Manuel Loff e de João Rouxinol (da direcção nacional do CPPC).

Cordão humano no Porto

Também em solidariedade com o povo palestiniano e dedicado à «Paz no Médio Oriente e Palestina independente» é o cordão humano agendado para a próxima terça-feira, às 18h, entre o largo da estação de metro da Trindade e a Avenida dos Aliados, informa o CPPC na sua página de Facebook.

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Cessar-fogo em Gaza aprovado por ampla maioria na Assembleia Geral da ONU

Numa sessão extraordinária de emergência, a Assembleia Geral das Nações Unidas aprovou, esta terça-feira, uma resolução que exige um cessar-fogo em Gaza, com 153 votos a favor, dez contra e 23 abstenções.

Bombardeamento israelita em Rafah, no Sul da Faixa de Gaza, a 12 de Dezembro de 2023 
Créditos / PressTV

O texto da resolução expressa «a grave preocupação com a situação humanitária catastrófica na Faixa de Gaza e com o sofrimento da população civil palestiniana», destacando a necessidade de a proteger.

Exige, além disso, um cessar-fogo humanitário imediato e defende que «todas as partes cumpram as suas obrigações em virtude do direito internacional, incluindo o direito internacional humanitário, no respeito particular pela protecção dos civis».

Outros aspecto constante do documento votado relaciona-se com «a libertação imediata e incondicional de todos os reféns» e a garantia do «acesso humanitário».

Quadro com a votação realizada esta terça-feira na Assembleia Geral das Nações Unidas / @NoticiasONU 

Com 153 votos a favor, dez contra e 23 abstenções, a resolução foi aprovada numa sessão extraordinária de emergência, tendo sido proposta por Arábia Saudita, Argélia, Bahrein, Catar, Comores, Djibuti, Egipto, Emirados Árabes Unidos, Iémen, Iraque, Jordânia, Koweit, Líbano, Líbia, Marrocos, Mauritânia, Omã, Somália, Sudão, Tunísia e o Estado da Palestina, refere a TeleSur.

Opuseram-se ao documento Israel, EUA, Áustria, República Checa, Guatemala, Paraguai, Libéria, Micronésia, Nauru e Papua-Nova Guiné.

Portugal incluiu-se na ampla maioria favorável ao texto, que, não possuindo carácter vinculativo, demonstra a rejeição pelo massacre em curso cometido por Israel na Palestina e o apoio esmagador dos estados-membros da ONU à exigência de um cessar-fogo.

«A adopção e implementação da resolução que pede especificamente um cessar-fogo é a única garantia para salvar civis inocentes», disse o embaixador egípcio nas Nações Unidas, Osama Mahmoud Abdelkhalek, ao apresentar a resolução.

Imagem da 45.ª reunião plenária da 10.ª Sessão Especial de Emergência da Assembleia Geral sobre «Acções ilegais de Israel em Jerusalém Oriental ocupada e no restante do Território Palestiniano Ocupado» // Loey Felipe / news.un.org

Por seu lado, o presidente da Assembleia, Dennis Francis, sublinhou a urgência de pôr fim ao sofrimento dos civis. «Temos uma prioridade singular – só uma – para salvar vidas», afirmou, ao apelar ao fim da violência no enclave, depois de mais de dois meses de bombardeamentos incessantes por parte das forças de ocupação.

O texto aprovado esta terça-feira é «muito semelhante» ao que os Estados Unidos vetaram, na sexta-feira passada no Conselho de Segurança da ONU, pese embora os esforços do secretário-geral, António Guterres, que tinha invocado o artigo 99.º da Carta das Nações Unidas para pedir um cessar-fogo num território onde os ataques israelitas provocaram mais de 18 mil mortos e cerca de 52 mil feridos.

Pela primeira vez desde que assumiu o cargo, o secretário-geral da ONU utilizou esse recurso, que lhe permite chamar a atenção do Conselho de Segurança para qualquer questão que, em seu entender, pode ameaçar a manutenção da paz e da segurança internacionais.

A ofensiva israelita continua

As forças de ocupação continuaram a bombardear vários pontos no enclave costeiro palestiniano, com particular incidência na região Sul, que, segundo alertas de agências da ONU, se tem vindo a tornar num enorme campo de refugiados, com uma situação humanitária classificada como «catastrófica».

 Os bombardemantos mais recentes atingiram Khan Younis, Deir al-Balah e Rafah, de acordo com a agência Wafa, que dá conta igualmente de uma grande ofensiva militar israelita contra Jenin e o seu campo de refugiados, no Norte da Cisjordânia ocupada.

A operação das forças sionistas em Jenin, que começou ontem e continua hoje, provocou pelo menos sete mortos. Ontem ao fim do dia, a Sociedade dos Prisioneiros Palestinianos informou que tinham sido detidos mais de cem palestinianos.

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A iniciativa, que volta a assinalar nas ruas do Porto a urgência do fim dos massacres e de um cessar-fogo imediato, bem como da ajuda humanitária à população palestiniana na Faixa de Gaza, é, como outras que tiveram lugar recentemente, promovida de forma conjunta pelo CPPC, o MPPM, a CGTP-IN e o Projecto Ruído.

Estas mesmas organizações já anunciaram, também, uma manifestação em Lisboa, no dia 14 de Janeiro.

«É urgente uma solução política para a questão palestiniana e para a paz no Médio Oriente, que passa necessariamente pelo fim da ocupação, dos colonatos, da opressão israelita, e pela garantia dos direitos nacionais do povo palestiniano, como determina o direito internacional, incluindo em inúmeras resoluções da ONU», afirma o CPPC a propósito da aprovação de uma resolução favorável a um cessar-fogo, na Assembleia Geral das Nações Unidas.

Números do massacre em crescendo

Mais de 19 mil palestinianos foram mortos no decorrer da agressão israelita, desde 7 de Outubro, contra a Faixa de Gaza e também contra a Cisjordânia ocupada.

Ontem ao fim do dia, o Ministério palestiniano da Saúde apontou, de forma arredondada, para 18 700 mortos na Faixa de Gaza e 287 na Margem Ocidental ocupada. Entrentanto, os bombardeamentos e ataques israelitas desta madrugada em vários pontos do enclave costeiro provocaram dezenas de mortos, indica a agência Wafa.

O Ministério revelou ainda que o número de feridos ronda os 55 mil, 3430 dos quais na Cisjordânia ocupada. Os desaparecidos debaixo dos escombros dos edifícios arrasados não têm conta certa. A agência Wafa já se referiu por diversas vezes a «vários milhares».

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No que respeita a ataques contra o sistema de saúde, o Ministério afirmou que a ocupação sionista «continua a cometer crimes sistemáticos de genocídio», que provocaram a morte de 310 membros do pessoal médico, a destruição de 102 ambulâncias, além da detenção de 93 funcionários, refere a TeleSur.

A tutela indicou ainda que foram bombardeados 138 centros de saúde e que 22 hospitais e 52 centros de cuidados médicos ficaram inoperacionais.

Nos centros de acolhimento, o Ministério registou 350 mil casos de doenças infecciosas, pelo que fez um apelo à chamada comunidade internacional para que proporcione condições de vida às pessoas nestes centros, em que se incluem mais de 700 mil crianças e jovens, 50 mil mulheres grávidas e 350 mil pacientes crónicos.

Votação demorada no Conselho de Segurança

O Conselho de Segurança da ONU vai retomar hoje o debate sobre uma moção, apresentada pelos Emirados Árabes Unidos, para pedir um cessar-fogo em Gaza, depois de negociações prolongadas que fizeram adiar a votação para esta terça-feira.

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Cessar-fogo em Gaza aprovado por ampla maioria na Assembleia Geral da ONU

Numa sessão extraordinária de emergência, a Assembleia Geral das Nações Unidas aprovou, esta terça-feira, uma resolução que exige um cessar-fogo em Gaza, com 153 votos a favor, dez contra e 23 abstenções.

Bombardeamento israelita em Rafah, no Sul da Faixa de Gaza, a 12 de Dezembro de 2023 
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O texto da resolução expressa «a grave preocupação com a situação humanitária catastrófica na Faixa de Gaza e com o sofrimento da população civil palestiniana», destacando a necessidade de a proteger.

Exige, além disso, um cessar-fogo humanitário imediato e defende que «todas as partes cumpram as suas obrigações em virtude do direito internacional, incluindo o direito internacional humanitário, no respeito particular pela protecção dos civis».

Outros aspecto constante do documento votado relaciona-se com «a libertação imediata e incondicional de todos os reféns» e a garantia do «acesso humanitário».

Quadro com a votação realizada esta terça-feira na Assembleia Geral das Nações Unidas / @NoticiasONU 

Com 153 votos a favor, dez contra e 23 abstenções, a resolução foi aprovada numa sessão extraordinária de emergência, tendo sido proposta por Arábia Saudita, Argélia, Bahrein, Catar, Comores, Djibuti, Egipto, Emirados Árabes Unidos, Iémen, Iraque, Jordânia, Koweit, Líbano, Líbia, Marrocos, Mauritânia, Omã, Somália, Sudão, Tunísia e o Estado da Palestina, refere a TeleSur.

Opuseram-se ao documento Israel, EUA, Áustria, República Checa, Guatemala, Paraguai, Libéria, Micronésia, Nauru e Papua-Nova Guiné.

Portugal incluiu-se na ampla maioria favorável ao texto, que, não possuindo carácter vinculativo, demonstra a rejeição pelo massacre em curso cometido por Israel na Palestina e o apoio esmagador dos estados-membros da ONU à exigência de um cessar-fogo.

«A adopção e implementação da resolução que pede especificamente um cessar-fogo é a única garantia para salvar civis inocentes», disse o embaixador egípcio nas Nações Unidas, Osama Mahmoud Abdelkhalek, ao apresentar a resolução.

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Fontes diplomáticas disseram à imprensa que o atraso se deve à recusa da delegação dos Estados Unidos em apoiar «o fim das hostilidades». O texto da resolução também solicita a entrada imediata em Gaza de ajuda humanitária.

A votação chegou a estar anunciada para as 20h de ontem, depois para as 22h, acabando por ser adiada para hoje, revelaram fontes diplomáticas â agência France Presse.

Esta nova sessão segue-se ao veto aplicado pelos EUA, a 9 de Dezembro, a uma resolução semelhante, exigindo «um cessar-fogo imediato humanitário».

No passado dia 12, uma resolução apresentada pelo Grupo Árabe, a exigir um cessar-fogo humanitário imediato, foi aprovada na Assembleia Geral das Nações Unidas por 153 dos 193 estados-membros. Apenas dez países votaram contra e 23 abstiveram-se.

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