Os bombardeamentos contínuos do exército de ocupação «provocaram a destruição de vastas áreas de terras agrícolas e a contaminação do solo com químicos tóxicos, que irão dificultar a actividade agrícola no enclave durante décadas», afirmou um comunicado emitido por ocasião do Dia Internacional para a Prevenção da Exploração do Meio Ambiente em Guerras e Conflitos Armados.
O ocupante utilizou todo o tipo de armas e mísseis na sua agressão, em particular fósforo branco, proibido pelo direito internacional ao abrigo Convenção das Nações Unidas sobre Armas Convencionais, na medida em que provoca graves danos ambientais que ameaçam a vida humana e os organismos vivos, explicou a entidade palestiniana no seu texto.
De acordo com a Wafa, o documento também se refere aos danos significativos causados pelos ataques israelitas nas fontes de água, «fazendo com que a água contaminada se infiltrasse nas bacias subterrâneas, [representando] uma crise sanitária e ambiental que põe em perigo centenas de milhares de residentes das gerações futuras».
A Autoridade Palestiniana da Qualidade Ambiental instou as Nações Unidas e a chamada comunidade internacional a adoptar medidas urgentes para travar a agressão em curso e impedir a exploração do meio ambiente com fins militares.
Em Junho deste ano, o Monitor Euro-Mediterrânico de Direitos Humanos (Euro-Med) revelou que Israel havia lançado até então 70 mil toneladas de bombas em Gaza desde Outubro de 2023, ultrapassando de longe a quantidade de bombas lançadas, juntas, sobre Londres, Dresden e Hamburgo na Segunda Guerra Mundial.
Desde então, lembra o portal The Cradle, as forças de ocupação intensificaram a campanha de limpeza étnica no enclave, palestiniano, sobretudo no Norte, arrasando a região diariamente.
Pelo menos 43 391 palestinianos foram mortos em mais de um ano de agressão sionista contínua, enquanto os corpos de milhares continuam debaixo dos escombros por recuperar.
Além disso, a ofensiva provocou mais de 102 340 feridos, com as autoridades de saúde no território a alertarem para o facto de haver muitos palestinianos que estão a morrer nas ruas por não haver maneira de os levar para os hospitais.
Outros, refere a Wafa, morrem já nos hospitais por falta de especialistas e cirurgiões, como no Hospital Kamal Adwan, em Beit Lahia, que as forças de ocupação atacaram e onde prenderam grande parte dos médicos e demais pessoal sanitário.
«Não recebemos qualquer tipo de resposta, apesar dos pedidos constantes de ajuda da parte da administração do hospital ao mundo e às instituições internacionais e humanitárias», revelaram fontes médicas à agência.
O Norte de Gaza é alvo de intensos bombardeamentos há 35 dias, bem como de um cerco severo, que impede a chegada de comida, água e medicamentos. Nesse período, mais de 1800 civis perderam ali a vida e milhares ficaram feridos, sobretudo mulheres e crianças.
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