No contexto de uma jornada aberta de sensibilização para os perigos das minas, que decorreu este domingo nos campos de refugiados, o responsável de Operações da SMACO, Gaici Nah, informou que, de acordo com um estudo realizado pelo Gabinete no período compreendido entre 2021 e 2023, os ataques com drones levados a cabo pela ocupação marroquina provocaram mais de 80 vítimas saarauís, 66 mauritanas e três argelinas.
No final do encontro, revela o Sahara Press Service (SPS), o organismo emitiu uma recomendação na qual solicita às organizações internacionais pertinentes, incluindo a Cruz Vermelha Internacional, que procedam a «investigações rápidas, independentes, imparciais, exaustivas e transparentes» sobre todos os casos de denúncias relativas a vítimas civis por ataques aéreos e outras operações militares em território saarauí.
Do mesmo modo, pediu à Missão das Nações Unidas para o Referendo no Saara Ocidental (MINURSO) que leve a cabo «investigações exaustivas, rápidas e imediatas», procurando falar com testemunhas presenciais, sobreviventes e familiares das vítimas.
A SMACO exigiu ainda ao executivo espanhol que «preste contas» por «permitir que drones atravessem o espaço aéreo que controla para matar a civis desarmados» em território actualmente sob domínio da Frente Polisário, indica a agência.
Condenando Marrocos «pelos crimes cometidos contra civis», o organismo pediu à chamada comunidade internacional que exerça pressão sobre o país norte-africano, no sentido de respeitar plenamente as normas do direito internacional humanitário.
Familiares de presos alertam para «genocídio» e apontam responsabilidades
Ao intervir na jornada aberta organizada pela SMACO no passado dia 7, Abdeslam Omar, presidente da Associação de Familiares de Presos e Desaparecidos Saarauís (AFAPREDESA), afirmou que os bombardeamentos contra civis saarauís com drones são «uma continuação dos crimes de genocídio» perpetrados pela ocupação marroquina desde o início da invasão do Saara Ocidental, a 31 de Outubro de 1975.
O responsável destacou ainda o facto de a Audiência Nacional espanhola, «especializada em casos complexos, se ter detido num conjunto razoável de provas que permitiriam indiciar funcionários civis e militares marroquinos junto da Justiça espanhola por genocídio no Saara Ocidental».
A este respeito, refere o SPS, responsabilizou igualmente os organismos humanitários internacionais, em particular a Cruz Vermelha Internacional, pelo «genocídio contra os saarauís levado a cabo pelo Reino de Marrocos, sobretudo contra os presos políticos saarauís».
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