A Região Autónoma da Madeira vai continuar com o preço do gás à solta. O diploma apresentado pelo PCP, com vista a estabelecer o regime de preço máximo do gás, foi ontem chumbado no Parlamento madeirense pelas bancadas do PSD, CDS-PP, PAN, Ch e IL, tendo merecido, além do partido proponente, votos a favor do BE, PS e JPP.
No debate, o deputado único do PCP, Ricardo Lume, considerou «incompreensível» a diferença de preços entre a Madeira e os Açores, onde uma garrafa de gás de 13 quilos custa 18,30 euros, ao passo que os madeirenses pagam 28,85 euros, sublinhando que o preço do gás de botija «afecta grande parte da população», e que a região autónoma ainda não criou medidas para «garantir a estabilidade financeira das famílias».
A coligação perdeu um deputado e 6000 votos, enquanto o PS perdeu oito deputados e mais de 20 mil votos. Já a CDU elegeu um deputado e subiu mil votos, à frente de IL, PAN e BE, que também elegeram um deputado. A derrota eleitoral da maioria parlamentar PSD/CDS, que sustentava o governo madeirense, é um dado relevante destas eleições, independentemente das soluções que se venham a encontrar na Assembleia Legislativa para a formação do governo. Quanto ao PS, fruto da ausência de políticas distintas da maioria governamental, teve uma significativa perda eleitoral, em votos, deputados e percentagem, enquanto o JPP, terceira força política, tem mais dois deputados. O CH, com quatro deputados, entra pela primeira vez na Assembleia Legislativa da Madeira, tal como a IL e o PAN. Por seu lado, a CDU, embora mantendo o seu deputado, obteve um aumento significativo, em percentagem e número de votos, posicionando-se à frente de IL, PAN e BE em número de votos. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença.Nacional|
PSD e CDS perdem maioria absoluta na Madeira
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«O Governo Regional defende os que lucram com a especulação do preço do gás», alertou, vincando que o projecto de decreto legislativo apresentado pelo partido visa implementar uma política de fixação do preço do gás semelhante à dos Açores, garantindo também um apoio mensal de dez euros às famílias com rendimentos inferiores ao salário mínimo nacional.
A bancada do PSD, partido que suporta o executivo regional em coligação com o CDS-PP, manifestou-se contra o diploma, escudando-se no programa Gás Solidário, em vigor na região desde 2021, o qual estabelece uma tarifa de 8,85 euros por garrafa para famílias carenciadas, adiantando que o Governo Regional «não subsidia tudo e todos da mesma forma».
Já Miguel Castro, deputado do Ch, partido que apoiou a medida nos Açores, admitiu sem rodeios que a proposta devia ser rejeitada e que o controlo público era «um passo atrás», alegando que a limitação do gás poderia levar os operadores a «sair do mercado».
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