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«Não podemos calar-nos». Solidariedade com a Palestina saiu hoje à rua

O fim da agressão de Israel contra o povo palestiniano, um cessar-fogo permanente e o livre acesso da ajuda humanitária a Gaza são exigências que motivaram a manifestação de hoje em Lisboa. 

CréditosTiago Petinga / Lusa

Mais de 33 037 mortos, na sua maioria mulheres e crianças, e 75 668 feridos é o balanço feito hoje, após 181 dias de intensa agressão do Estado de Israel à Faixa de Gaza. Só nas últimas 24 horas, revela o Ministério da Saúde palestiniano, o exército israelita cometeu seis massacres, de que resultaram 62 mortos e 91 feridos. Aos que resistem à chacina, sobra a lida diária com a falta de água e de alimentos, a morte dos seus entes queridos, a destruição generalizada do território, e a esperança de que o direito a um Estado soberano e viável se concretize.

Ao horror das vítimas palestinianas juntam-se as mortes de jornalistas e de trabalhadores humanitários, numa situação sem precedentes a nível internacional. O ataque, esta segunda-feira, a veículos identificados da organização não governamental Wold Central Kitchen (WCK), quando estavam a sair de um armazém em Deir al-Balah, depois de descarregarem mais de 100 toneladas de refeições levadas para Gaza por via marítima – numa acção coordenada previamente com as autoridades militares israelitas, e do qual resultaram sete vítimas mortais, seis com nacionalidade estrangeira, voltou a destapar a hipocrisia das forças de agressão, com o primeiro-ministro, Benjamim Netanyahu, a alegar que o exército israelita matou estes trabalhadores «sem querer». Entretanto, o coordenador humanitário das Nações Unidas para a Palestina recordou que este não foi um acto isolado. 

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Palestina, o direito de resistir

Há mais de 70 anos que o Estado sionista de Israel, cuja formação é acompanhada da expulsão de centenas de milhares de palestinianos das suas terras (a que chamaram catástrofe, «Nakba»), faz tábua rasa do direito internacional com total impunidade. O crescimento de colonatos em terras ocupadas, a prisão de civis sem processo judicial, a usurpação de recursos naturais e a implementação de um sistema de apartheid são alguns traços da violência exercida por Israel contra o povo palestiniano, que está a ser vítima de uma nova catástrofe.

Há mais de 70 anos que o Estado sionista de Israel, cuja formação é acompanhada da expulsão de centenas de milhares de palestinianos das suas terras (a que chamaram catástrofe, «Nakba»), faz tábua rasa do direito internacional com total impunidade. O crescimento de colonatos em terras ocupadas, a prisão de civis sem processo judicial, a usurpação de recursos naturais e a implementação de um sistema de apartheid são alguns traços da violência exercida por Israel contra o povo palestiniano, que está a ser vítima de uma nova catástrofe.

Para nos ajudar a reflectir sobre o tema convidámos José Goulão, jornalista e autor, especialista em assuntos do Médio Oriente e colaborador do AbrilAbril, e Carlos Almeida, historiador e vice-presidente do MPPM (Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente).

Com o pretexto de «eliminar o Hamas» e «dar mais segurança a Israel», as forças de ocupação mataram, desde o passado dia 7 de Outubro,15 mil pessoas na Faixa de Gaza (mais de 6000 vítimas são crianças), destruíram casas e infra-estruturas fundamentais, designadamente hospitais, boicotaram a entrada de ajuda humanitária e criaram mais refugiados.  

Com: José Goulão, Carlos Almeida e Graça Gonçalves.

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Polónia, Reino Unido e Bélgica e União Europeia vieram pedir explicações a Israel, mas a realidade demonstra que a agressão genocida contra o povo palestiniano em Gaza tem contado com a intolerável benevolência da chamada comunidade internacional e com o apoio dos EUA, que ao mesmo tempo que disseram condenar o ataque aos funcionários da WCK, anunciaram que continuariam a suportar Israel.  

No passado dia 25 de Março, o Conselho de Segurança da ONU aprovou uma resolução, com abstenção dos EUA, a exigir «um cessar-fogo imediato durante o mês do Ramadão, conducente a um cessar-fogo duradouro sustentável». Apesar de, desta vez, não ter vetado uma resolução a exigir um cessar-fogo imediato em Gaza, a embaixadora dos EUA imediatamente apelidou a resolução de «não-vinculativa». No dia 30 de Março, notícias deram conta de um novo pacote de ajuda militar dos EUA a Israel, que, entretanto, está a intensificar também ataques ao Líbano e à Síria, com total impunidade. 

Hoje, o Movimento Pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente (MPPM), a CGTP-IN, o Conselho Português para a Paz e Cooperação (CPPC) e a Associação Juvenil Projecto Ruído promoveram nova manifestação em Lisboa, desta vez entre a Embaixada de Israel e a Assembleia da República, para exigir o fim do genocídio e a imposição de um real cessar-fogo.

«Não podemos calar-nos perante o massacre atroz levado a cabo por Israel em Gaza, em toda a Palestina. Por isso, exigimos o fim da agressão genocida de Israel contra o povo palestino em Gaza, na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental, um cessar-fogo permanente e o livre acesso da ajuda humanitária a Gaza», lê-se no apelo. 

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