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Tropas israelitas lançam primeiro assalto a Rafah

Horas depois de a resistência palestiniana ter anunciado que aceitava um cessar-fogo, forças israelitas lançaram uma operação contra a zona oriental de Rafah e assumiram o controlo da passagem fronteiriça.

Destruição em Rafah, depois dos bombardeamentos israelitas, a 7 de Maio de 2024 
CréditosHatem Khaled / Al Jazeera

A ofensiva militar, que teve lugar ontem à noite com meios aéreos e terrestres, seguiu-se à decisão do Gabinete de Guerra, liderado pelo primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, de levar a efeito a campanha militar, há muito anunciada, contra Rafah.

A concretização da campanha segue-se ao anúncio, por representantes do Hamas, de que aceitavam uma proposta de cessar-fogo apresentada por mediadores do Catar e do Egipto.

O anúncio ainda chegou a levar a festa às ruas do enclave costeiro, mas várias fontes israelitas deram logo sinal de que a proposta não seria aceite pela israelita, mesmo com notícias de que as pressões internas e diplomáticas sobre o governo de Netanyahu aumentavam, no sentido de aceitar um acordo e, sobretudo, de não avançar militarmente contra Rafah, onde se encontram cerca de 1,5 milhões de pessoas deslocadas.

Segundo refere a Al Jazeera, os bombardeamentos desta noite sobre Rafah provocaram pelo menos 12 mortos entre a população palestiniana. Já a Wafa refere-se a 20 mortos e dezenas feridos, ao longo da madrugada, confirmados pelo Hospital Kuwait.

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Israel decreta a evacuação da zona oriental de Rafah

Após uma noite de intensos bombardeamentos sobre Rafah, que provocaram pelo menos 22 mortos, Israel decretou a evacuação de uma parte da região. Repetem-se os alertas para a «catástrofe».

Rafah 
Créditos / Al Jazeera

Os ataques israelitas desta noite visaram 11 casas no Sul da Faixa de Gaza, e provocaram a morte a pelo menos 22 pessoas, incluindo oito crianças, revela a agência Wafa.

De acordo com as autoridades sanitárias palestinianas, o número de mortos desde o início da mais recente ofensiva israelita contra o enclave costeiro chega a 34 683 (sendo que há pelo menos mais dez mil mortes confirmadas, de pessoas desaparecidas debaixo dos escombros) e o número de feridos ultrapassa os 78 mil, sendo que a maioria das vítimas são mulheres e menores de idade.

Entretanto, as equipas de protecção civil continuam a não conseguir socorrer muitos dos feridos e resgatar os corpos espalhados nas estradas ou sob os escombros, refere a agência, uma vez que as forças de ocupação israelitas restringem a movimentação dessas equipas, bem como a das ambulâncias.

Ataque a Rafah seria «catastrófico»

Confrontadas com a ordem de evacuação dos palestinianos na região leste de Rafah, comunicada pelas forças israelitas antes de um ataque previsto em grande escala, várias organizações humanitárias e agências da ONU vieram a público reiterar os alertas para a «catástrofe», caso esse ataque se concretize.

Jonathan Fowler, representante da agência da ONU para os refugiados palestinianos (Unrwa), disse à Al Jazeera que a ordem de evacuação dada por Israel, antes de uma ofensiva no terreno, significa «mais sofrimento e morte».

«As consequências seriam devastadoras para a população em Rafah, que é seis vezes mais do que antes da guerra – e metade dos 1,4 milhões de pessoas são crianças», alertou, acrescentando que «a maior parte destas pessoas foram deslocadas muitas vezes».

«Os terrenos têm de ser limpos de munições por explodir antes de as pessoas poderem regressar a uma área e viver com segurança», disse, sublinhando que não há qualquer sítio seguro na Faixa de Gaza e que «os resultados de uma ofensiva seriam simplesmente catastróficos».

Ofensiva sobre Rafah «vai provocar atrocidades massivas»

Sobre o plano israelita de evacuação, que implica colocar dezenas de milhares de pessoas num pequeno enclave junto à costa, Samah Hadid, do Conselho Norueguês para os Refugiados, disse que é totalmente «inadequado».

Hadid afirmou que não há infra-estruturas básicas de apoio para a população deslocada que lá está, quanto mais para o grupo adicional de pessoas que querem lá colocar.

«Temos vindo a alertar que uma ofensiva militar em Rafah provocaria atrocidades massivas e inúmeras mortes de civis», disse, exortando o mundo e os aliados de Israel a «pôr fim a isto».

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As tropas israelitas, refere ainda a Al Jazeera, assumiram o controlo da passagem fronteiriça de Rafah, entre o Egipto e a Faixa de Gaza, cortando o abastecimento humanitário ao território e dando ordem de evacuação às organizações humanitárias ali presentes, depois de, na véspera, ter decretado a evacuação da zona oriental de Rafah, no extremo sul do enclave palestiniano.

Esta manhã, as autoridades sanitárias palestinianas informaram que o número de mortos confirmados desde a ofensiva sionista de 7 de Outubro subiu para 34 789 e o de feridos para 78 204.

Continuam os alertas contra uma operação em grande escala em Rafah

Organizações não governamentais, como a Save the Children, condenaram a decisão israelita de ordenar a evacuação da população palestiniana deslocada que se encontra apinhada em Rafah, bem como uma ofensiva em grande escala contra essa região, alertando para as consequências nefastas.

«Uma operação militar contra essa cidade obrigaria centenas de milhares de pessoas a fugir e colocaria entraves aos esforços de ajuda no enclave costeiro», alertou a Save the Children International, sublinhando que, em apenas 65 quilómetros quadrados, estão concentrados mais de 1,5 milhões de palestinianos, a maior dos quais foram forçados a fugir em busca de segurança.

Por seu lado, a agência das Nações Unidas para os refugiados palestinianos (Unrwa), afirmou que a interrupção da entrada de ajuda essencial e combustível na passagem fronteiriça de Rafah irá deter a resposta humanitária em toda a Faixa de Gaza.

«A fome castastrófica que as pessoas enfrentam irá agravar-se bastante mais se esta via de abastecimento for interrompida», alertou a Unrwa.

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