Sob o lema «Jaimitna Fi Cinema (a nossa jaima no cinema): Resistir é Vencer», a actual edição do festival saarauí decorreu no deserto argelino entre 29 de Abril e 5 de Maio, e atribuiu a Camela Branca, distinção máxima do evento, ao filme palestiniano 200 metros, de Ameen Nayfeh.
Com a atribuição do primeiro prémio a esta obra, que aborda a opressão a que é submetida a população palestiniana por parte do ocupante israelita e as dificuldades provocadas pelo muro erguido por Israel na Cisjordânia, o júri fez jus ao lema do FiSahara, abraçando a Palestina e tornando mais patente a proximidade das causas dos povos palestiniano e saarauí.
O produtor do filme, Ahmad al-Bazz, veio da Cisjordânia ocupada para receber o prémio, que lhe foi entregue pelo ministro saarauí da Cultura, Moussa Salma, e a governadora da wilaya de Ausserd, Jira Bulahi. Na ocasião, refere o portal Contramutis, mostrou-se «orgulhoso» pela distinção num festival como este, e prometeu continuar a «utilizar o cinema e o seu poder como ferramenta de transformação».
O segundo prémio foi atribuído ao documentário espanhol Insumisas, realizado por Laura Dauden e Miguel Ángel Herrera, centrado nas atrocidades e crimes contra a humanidade cometidos por Marrocos contra mulheres activistas, muitas das quais nos territórios ocupados do Saara Ocidental.
As activistas Elghalia Djimi e Mina Baali vieram precisamente daí para receber o prémio, que lhes foi entregue por Galia Yahia, directora da Cultura na wilaya de Ausserd, e Sidami Hafed, directora da Casa das Mulheres de Ausserd.
O terceiro galardão, entregue pelo actor espanhol Guillermo Toledo, destinou-se ao filme colombiano Igualada, realizado por Juan Mejía Botero, que aborda a vida de superação e resistência da vice-presidente colombiana, Francia Márquez (ver programação aqui).
Por último, o Prémio de Direitos Humanos Eduardo Galeano reconheceu o trabalho do Colectivo de Activistas Defensores dos Direitos Humanos nos Territórios Ocupados. Coube à jornalista e activista Asria Mohamed entregar a distinção a vários outros activistas, provenientes das zonas sob ocupação marroquina.
A cerimónia de encerramento, no domingo à noite, contou ainda com a leitura conjunta de uma manifesto em solidariedade com o povo saarauí, a cargo de Soraya Bayuelo (Colômbia), Milton Carrero (Porto Rico), Lurdes Pires (Timor-Leste) e Ahmad al-Bazz (Palestina).
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