São, para já, 200 as pessoas sem filiação partidária que apoiam a CDU nas próximas eleições para o Parlamento Europeu. O trabalho de contacto com estes democratas foi realizado pela Iniciativa dos Comuns que congregou todas as vontades com um manifesto intitulado «O 25 de Abril não começou em Bruxelas e o mundo não acaba na Europa».
Segundo o que foi divulgado, os primeiros subscritores são de áreas diversas (activistas, rappers, sindicalistas, académicos, estudantes, trabalhadores dos bairros, artistas e desportistas), sendo que em comum têm a vontade de apoiar a candidatura encabeçada por João Oliveira.
«“Sou um europeu céptico que aprendeu tudo do seu cepticismo com uma professora chamada Europa”. No final do século passado, José Saramago criticava a “construção europeia” por duas razões que hoje nos falam ainda mais alto: a política externa da União Europeia (UE) continua a alimentar o mito da superioridade do Ocidente face ao resto do mundo; longe de nos proteger dos efeitos da globalização capitalista, a UE tem sido o mecanismo político-institucional de acentuação do neoliberalismo e da desigualdade na
Europa e em Portugal». É com esta introdução que começa o manifesto ao qual o AbrilAbril teve acesso.
O tom crítico à União Europeia do grande capital e dos seus interesses e não dos povos está sempre presente ao longo do documento. No plano da política externa, numa avaliação que não abdica de localizar o quadro de submissão a que Portugal está sujeito, pode-se ler que «quem, como nós, se reconhece na visão de um mundo multipolar, deseja que no debate político europeu se façam ouvir as vozes daqueles para quem esse mundo não se esgota nos consensos produzidos entre Bruxelas, Berlim e Washington».
Neste seguimento, afirmando que «o 25 de Abril não começou em Bruxelas», o manifesto e os signatários dizem que «a UE realmente existente favorece uma corrida para o abismo», que «não dispomos do direito de escolher democraticamente onde aplicar os recursos nacionais, onde investir para construir o bem-estar de quem vive em Portugal» e que «através do euro, a UE conseguiu impor um regime austeritário permanente, porque se operou uma verdadeira des-democratização dos Estados».
Os 200 subscritores definem, então, o seu apoio porque «os comunistas portugueses, os Verdes e todos os que com eles têm cooperado politicamente sempre alertaram para as consequências políticas desta integração neoliberal, incluindo a transferência de rendimentos do trabalho para o capital».
O manifesto vai ser apresentado na segunda-feira, 13 de Maio, pelas 18h00, na Livraria Tigre de Papel, em Lisboa, por Flávio Almada, João Rodrigues e Rita Silva.
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