No Centro de Convenções do Parque Bolívar (La Carlota), o presidente da Assembleia Nacional venezuelana deu as boas-vindas, esta segunda-feira, aos cerca de 300 deputados de 70 países presentes no evento de dois dias e propôs a criação de um fórum permanente de parlamentares de todo o mundo para fazer frente à ameaça do fascismo.
Nos arredores de Caracas, Rodríguez alertou para as consequências de não enfrentar «uma das piores pragas que assolam a humanidade», sublinhando que «o fascismo não é uma ideologia política, não é um modo de assumir as contradições sociais, políticas, económicas, mas um crime».
O político bolivariano recordou que, «em nome do fascismo, o século XX se tingiu de sangue como um dos períodos mais violentos que a humanidade experimentou, com milhões de mortes na Europa, centenas de milhares de asiáticos e milhares de americanos», indica a TeleSur.
O membro do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV) afirmou que «o fascismo é a ferramenta dos que se julgam donos do mundo, donos de uma única forma de viver a vida, de ver a vida, para tentar eliminar qualquer forma de rebelião e rebeldia, inerentes à condição humana».
Em seu entender, trata-se de um plano «em que se tiram as roupagens de supostas democracias ou ficam sem as maquilhagens para assumir de forma directa o que realmente são: homicidas, genocidas, assassinos; pessoas capazes de níveis extremos de violência».
Ao intervir, Rodríguez sublinhou que o fascismo se ergue «sob o olhar hipócrita» daqueles que fazem negócios com a morte e com os bombardeamentos, tendo acrescentado que «basta ver como recuperou a indústria militar norte-americana», à custa de «milhares de irmãos palestinianos assassinados».
Prosseguindo com a questão da Palestina, Jorge Rodriguez denunciou que «são tão assassinos os enviados pelo genocida Netanyahu como os que fabricam os bombardeiros, as bombas, os mísseis e os aviões com os quais se ataca a população civil inocente na Faixa de Gaza».
O membro do PSUV sublinhou ainda que a única forma de preservar a vida no planeta é combater as origens da ameaça que constitui o sistema capitalista e a emergência climática mundial, derivada das formas e relações económicas desse sistema.
ALBA-TCP avança na construção de Rede Parlamentar
No contexto do Fórum Parlamentar Mundial Antifascista, os dez países-membros da Aliança Bolivariana para os Povos da Nossa América – Tratado de Comércio dos Povos (ALBA-TCP) deram os primeiros passos em direcção à construção da Rede Parlamentar.
Pedro Infante, primeiro vice-presidente da Assembleia Nacional venezuelana, considerou uma obrigação «organizarmo-nos em defesa da humanidade», pelo que propôs a criação de uma equipa promotora do que pode vir a tornar-se o Parlamento da ALBA.
Segundo refere a Prensa Latina, Infante sugeriu também construir um grupo mínimo de coordenação, com dois ou três responsáveis por países, para avançar na materialização dessa equipa promotora, tendo como objectivo apresentar hoje, em sessão plenária, «o projecto de fundação da Rede Parlamentar» do mecanismo de integração latino-americano e caribenho.
Por seu lado, o secretário executivo do bloco, Jorge Arreaza, valorizou a ALBA-TCP como grande alternativa e aposta, como «um projecto que é mais que de integração, de união real dos povos».
Arreaza disse que os dirigentes do bloco regional «nos pedem que passemos a uma nova fase, para uma nova época», na qual a ALBA estará no cerne dos processos de construção de um mundo alternativo e antifascista.
«Hoje é necessário construir um mundo antifascista; é indispensável […], se não a humanidade já não existirá», alertou Arreaza, citado pela VTV.
O dirigente da ALBA-TCP destacou a necessidade imperiosa de «travar o fascismo e o sionismo no Médio Oriente, em defesa da humanidade, já não só do povo palestiniano e do povo libanês», acrescentando que, se hoje Palestina e o Líbano são atacados, amanhã serão outros os visados.
No Fórum Parlamentar Mundial Antifascista, que hoje termina, os participantes abordam temas como a democracia de paz; a relação entre o imperialismo, o fascismo e o sionismo; os bloqueios e as medidas coercivas; a defesa dos direitos humanos; a necessidade de legislar contra o fascismo, o neofascismo e expressões similares; as redes sociais, as novas tecnologias e a guerra cognitiva contra os povos.
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