Ao intervir na sessão do Conselho de Segurança que teve lugar a pedido da Síria, Qusay al-Dahhak, representante permanente do país levantino junto das Nações Unidas, disse que o ataque terrorista não teria ocorrido sem a luz verde e uma ordem operacional conjunta turco-israelita.
«A Síria, que nos últimos anos foi capaz de enfrentar o terrorismo em todas as suas formas, está determinada a erradicá-lo», afirmou al-Dahhak, que disse contar com o apoio dos países que acreditam no direito internacional e nos princípios da Carta das Nações Unidas.
Na sua intervenção, esta terça-feira à noite, o diplomata sírio explicou que o ataque terrorista ao Norte do país está relacionado com a grande afluência de terroristas à fronteira Norte e com a intensificação do apoio estrangeiro que lhes chegou, nomeadamente equipamento militares, armas pesadas, viaturas, drones e tecnologias de comunicação modernas.
«A dimensão do ataque terrorista evidencia o apoio que foi facultado por agentes regionais e internacionais, que encontraram no terrorismo um instrumento para implementar a sua política externa, atacar o Estado sírio, desestabilizar a sua segurança e estabilidade», denunciou al-Dahhak, citado pela Sana.
Destacando o sofrimento provocado a milhares de famílias de Alepo que se viram obrigadas para sul e àqueles que ficaram presos na cidade, o diplomata afirmou que o ataque terrorista constitui uma violação flagrante dos acordos firmados no âmbito do Processo de Astana, que «reafirmam o compromisso com a soberania, independência, unidade e integridade territorial da Síria, e com o combate ao terrorismo». «Estas são promessas não cumpridas pela garante turco», acusou.
Rússia denuncia envolvimento norte-americano e ucraniano
Na sua intervenção, o representante permanente da Federação Russa junto da ONU, Vassily Nebenzia, condenou o ataque lançado pelo grupo terrorista Hayat Tahrir al-Sham (al-Qaeda) contra a cidade de Alepo, denunciando que os extremistas receberam apoio e armas da Ucrânia, bem como dos EUA e aliados.
Nebenzia recordou que o seu país tem denunciado de forma reiterada a presença de militares e assessores de inteligência ucraniana, que equiparam e treinaram os terroristas da Hayat Tahrir al-Sham.
O diplomata russo também dirigiu fortes críticas à presença ilegal dos Estados Unidos na Síria, afirmando que essa presença visa desestabilizar e estrangular economicamente o país árabe, tanto por via da ocupação das zonas ricas em hidrocarbonetos e outros recursos naturais, como por via da ocupação da região de al-Tanf, junto à fronteira com o Iraque e a Jordânia.
O apoio a organizações terroristas é inaceitável e Moscovo advertiu repetidamente os países ocidentais que não o fizessem, disse, defendendo a necessidade de apoio ao governo legítimo da Síria e de combater essas organizações.
Irão declara apoio inabalável à Síria
Manifestando profunda preocupação com o ressurgimento em força do terrorismo na Síria, o embaixador iraniano junto da ONU, Amir Saeid Iravani, disse que o seu país se mantém firme no apoio ao governo e ao povo sírios na «sua justa luta contra o terrorismo», indica a PressTV.
Ao intervir na sessão de terça-feira à noite, Iravani sublinhou que todas as medidas para combater o terrorismo na Síria devem ser tomadas em coordenação e com o consentimento do governo sírio, e reafirmou o empenho da parte iraniana na acção diplomática com os parceiros do Processo de Astana, posto em andamento em 2017 e no qual a Turquia surge como garante apoiando a oposição.
Sobre os ataques terroristas no Norte da Síria, o diplomata destacou «a escala e a sofisticação das operações da Hayat Tahrir al-Sham», frisando que isso evidencia o apoio estrangeiro e o modo como o terrorismo é uma «ferramenta da política externa» de Washington para implementar as suas agendas.
China pede apoio para a Síria no combate ao terrorismo
Fu Cong, representante da China junto das Nações Unidas, disse que o ataque terrorista a Alepo mina a estabilidade do país árabe e é motivo de profunda preocupação para todos.
«O terrorismo é um inimigo comum da humanidade», afirmou o diplomata ao intervir na sessão do Conselho de Segurança dedicada à Síria.
Neste contexto, sublinhou a importância de prestar apoio ao governo sírio, de modo a eliminar o terrorismo, e a trabalhar para manter a segurança e a estabilidade, sempre em cooperação e coordenação com as autoridades de Damasco.
Cong instou a chamada comunidade internacional a respeitar a soberania da Síria, bem como a tomar medidas para combater os terroristas e cortar as suas linhas de abastecimento e apoio.
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