Com a privatização da gestora dos aeroportos nacionais, Portugal não só perdeu receitas aeroportuárias, como continua sem ter um novo aeroporto. Um negócio prejudicial para o país, que o Tribunal de Contas estimou em mais de 20 mil milhões de euros de lucros para a multinacional com um investimento de pouco mais de mil milhões de euros.
Num comunicado a propósito da «entrega por parte da ANA ao Governo de um designado Relatório Inicial sobre o Novo Aeroporto de Lisboa (NAL) e as declarações que daí emanaram», o PCP, que vai requerer a audição do ministro das Infraestruturas, Miguel Pinto Luz, sobre o negócio do NAL, considera que se confirma, mais uma vez, «a submissão do País aos interesses da multinacional francesa Vinci».
Os comunistas sublinham que, para lá de documentos e relatórios, o que está em marcha «é o prolongamento do tempo de vida do Aeroporto Humberto Delgado, visando alargar a sua capacidade – incluindo com a expansão para Figo Maduro – e prolongar a sua actividade no centro da cidade de Lisboa». Em relação às declarações agora tornadas públicas, referindo «prazos e montantes envolvidos», mas «sem quaisquer garantias», o PCP considera que, no essencial, veiculam a perspectiva de «transferir ainda mais recursos públicos para a Vinci» – seja por via de verbas do Orçamento do Estado ou de fundos comunitários (a pretexto do NAL), seja por via de um prolongamento por mais anos dos que inicialmente previstos da concessão dos aeroportos nacionais à Vinci, facultando-lhe ainda novos e maiores lucros».
Entretanto, o PCP reclama a tomada de medidas para resgatar a concessão dos aeroportos nacionais à Vinci, no sentido de garantir «a construção faseada – num período não superior a seis anos – do NAL no Campo de Tiro de Alcochete, articulado com a Terceira Travessia do Tejo em modo Rodoferroviário e com a ligação à Linha de Alta Velocidade».
A ANA Aeroportos propôs ao Governo o alargamento do seu prazo de concessão dos aeroportos nacionais dos actuais 50 para 75 anos.
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