«São a cara e a voz» do Grupo EDP, assegurando a quase totalidade do funcionamento das Lojas e dos centros de contacto da empresa, e nem por isso lhes é dado o direito de integrar os quadros ou aceder aos mesmos direitos que os restantes colegas da EDP. Em comunicado, a Federação Intersindical das Indústrias Metalúrgicas, Químicas, Eléctricas, Farmacêutica, Celulose, Papel, Gráfica, Imprensa, Energia e Minas (Fiequimetal/CGTP-IN), lamenta que o patronato deste grupo empresarial, com lucros superiores a 800 milhões no último ano, não demonstre qualquer interesse «em dignificar a vida e o trabalho dos homens e mulheres» que asseguraram, em grande parte, estes lucros.
«Faltam respostas estruturantes a matérias reivindicativas que constituem anseios dos trabalhadores, de Norte a Sul, em todas as empresas prestadoras», lamenta a federação sindical. Desde a última reunião de 12 de Dezembro de 2024, em que participaram todos os sindicatos da Fiequimetal, nada foi feito pela administração liderada por Miguel Stilwell d'Andrade para resolver as muitas discriminações que existem na EDP. A Fiequimetal requereu um novo encontro, ainda sem data marcada.
Entre as reivindicações destes trabalhadores, que estão hoje em greve, estão questões tão «fundamentais para a construção de relações de trabalho estáveis, em linha com as condições praticadas na EDP», como a «fixação de salários dignos; subsídios de refeição sem discriminação; redução dos horários de trabalho; objectivos de vendas atingíveis; e, não menos importante, respeito nas relações e no trato diário». Um respeito a que todos os trabalhores «têm direito».
A Fiequimetal destaca a discriminação no que toca às tolerâncias de ponto do Natal e de Carnaval na EDP, discriminação essa que está a ser alvo de um abaixo-assinado. Nesse documento, os trabalhadores em regime de prestação de serviços relembram um patronato demasiado afastado das realidades da vida de quem trabalha de que também eles merecem a «possibilidade de passar este dia com as suas famílias», como acontece com os trabalhadores dos quadros da empresa.
A melhoria das condições de vida e de trabalho da «voz e a cara do Grupo EDP» é uma causa que exige «a participação de todos». A greve de hoje, 7 de Abril de 2025, é de âmbito nacional, abrangendo todos os trabalhadores em prestação de serviços nas Lojas e dos centros de contacto da EDP.
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