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Ataque israelita a hospital é «uma das formas mais horríveis de genocídio»

Os palestinianos condenaram de forma veemente o ataque da ocupação, este domingo, ao Hospital Baptista al-Ahli, na Cidade de Gaza, classificando-o como «uma das formas mais horríveis de genocídio».

Créditos / @TheCradleMedia

As forças sionistas de ocupação atingiram com dois mísseis, este domingo, uma das últimas unidades de saúde a funcionar no Norte de Gaza e a última na Cidade de Gaza – o Hospital Baptista al-Ahli –, destruindo os departamentos de Cuidados Intensivos e da Cirurgia, e tornando a infra-estrutura inoperacional, refere The Cradle.

«Os departamentos de emergências, trauma, laboratório, farmácia e radiologia de emergência foram os mais afectados pelo bombardeamento israelita», revelou o director do hospital, citado pela mesma fonte.

«O hospital ficou fora de serviço devido ao bombardeamento israelita», acrescentou, sublinhando a necessidade de pressão sobre Israel para permitir a entrada de ajuda em Gaza, necessária para retomar os serviços de saúde, e apelando à protecção dos hospitais.

Fontes da ocupação admitiram o ataque à infra-estrutura de saúde – que foi atacada várias vezes ao longo desta ofensiva de agressão –, alegando que, sob o hospital, havia um local da resistência.

Tal alegação foi desmentida pela Protecção Civil, que afirmou que «os relatos da ocupação sobre a presença de homens armados dentro do Hospital Baptista são incorrectos» e que «não testemunhou qualquer sinal» disso.

Inicialmente, não foram reportadas vítimas mortais pelo Ministério da Saúde em Gaza, que depois revelou que uma criança, que tinha sido ferida na cabeça, veio a falecer durante a evacuação apressada.

«Desprezo pelo direito internacional e pelos princípios humanitários»

Em comunicado, o Ministério palestiniano dos Negócios Estrangeiros disse que o ataque «é um desprezo claro pelo direito internacional, pelos princípios humanitários e a comunidade mundial».

Classificando a agressão como «uma das formas mais horríveis de genocídio», o ministério acusou a ocupação sionista de ter destruído de forma deliberada «34 hospitais em Gaza desde que a guerra começou [Outubro de 2023]» e de ter imposto «a fome, a sede e um bloqueio aos fornecimentos médicos essenciais».

«Este crime não teria ocorrido sem a cumplicidade e o fracasso da comunidade internacional em agir», declarou, responsabilizando inteiramente o Conselho de Segurança da ONU pelo seu «fracasso em proteger os civis, impor um cessar-fogo imediato, abrir corredores humanitários e iniciar esforços sustentáveis ​​de ajuda e reconstrução», indica a PressTV.

Também em comunicado, a Protecção Civil criticou o ataque ao Hospital Baptista al-Ahli, afirmando que pessoal médico e pacientes receberam a ordem de evacuação apenas 20 minutos antes do ataque.

«O bombardeamento provocou a destruição do edifício de cirurgia e dos geradores de oxigénio para a unidade de cuidados intensivos», refere o texto.

Bombardeado várias vezes, o Hospital Baptista al-Ahli foi alvo de um dos ataques mais mortíferos das forças de ocupação poucos dias depois do início da ofensiva, a 17 de Outubro de 2023, quando um míssil provocou mais de 470 mortos e centenas de feridos entre os deslocados, médicos, enfermeiros e pacientes que ali se encontravam.

Apesar se encontrarem protegidos ao abrigo do direito internacional humanitário, os hospitais e centros de saúde têm sido sucessivamente atacados pelas forças de ocupação israelitas na Faixa de Gaza nos últimos 16 meses.

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