No programa «Con Maduro +», na segunda-feira à noite (madrugada de terça em Portugal continental e Madeira), o chefe de Estado abordou a situação dos migrantes venezuelanos deportados pelos Estados Unidos para El Salvador e reclamou a Nayib Bukele a sua libertação imediata e incondicional.
«Bukele tem de fazer regressar, de forma imediata, o migrante salvadorenho que os juízes norte-americanos dizem que foi deportado ilegalmente […] e, juntamente com isso, tem de assinar um decreto a libertar incondicionalmente e a mandar para a Venezuela todos os 252 rapazes», disse Nicolás Maduro.
O presidente venezuelano acusou Nayib Bukele de ser «um violador em série do direito à liberdade, ao tratamento justo e à dignidade dos seres humanos», e destacou o facto de, ao cabo de dois meses, o presidente salvadorenho ter «reconhecido judicialmente» que tem no seu país 250 venezuelanos sequestrados, mas recusando-se a apresentar provas de vida.
«Após dois meses de sequestro e detenção em campos de concentração nas piores condições, sob constantes abusos e torturas, não tiveram acesso às suas famílias, não tiveram acesso aos advogados salvadorenhos, não tiveram acesso a nenhuma organização de direitos humanos das Nações Unidas», frisou Nicolás Maduro, citado pela TeleSur.
Sublinhou também o facto de os jovens venezuelanos deportados pelos EUA e metidos numa mega-prisão de alta segurança não terem sido julgados e de não terem cometido nenhum crime: «foram simplesmente sequestrados pelo Estado», disse.
O chefe de Estado enquadrou os «desaparecimentos forçados» dos jovens cidadãos venezuelanos no país centro-americano em «práticas de abuso» que afectam tanto os migrantes como milhares de salvadorenhos.
Neste sentido, disse que mais 85 mil salvadorenhos sofreram a «violação massiva dos direitos humanos» e que «os números apontam para mais de mil mortos sob tortura nos campos de concentração» em El Salvador, indica a VTV.
Extrema-direita venezuelana assessora Bukele
No programa, o presidente venezuelano referiu-se às grandes manifestações contra o fascismo, nomeadamente nos Estados Unidos, em que foram visíveis o apoio à Venezuela e as críticas a Bukele, a quem chamaram «nazi» pelo seu posicionamento relativamente aos migrantes.
Maduro não esqueceu a extrema-direita venezuelana neste processo, na medida em que construiu um discurso de criminalização em torno dos migrantes e apoia a sua deportação dos EUA para El Salvador.
«Quem apareceu a apoiar a continuidade do sequestro dos venezuelanos? María [Corina] Machado e Leopoldo López, eles são os assessores e braços direitos de Bukele», disse Maduro, que reiterou a exigência de libertação dos migrantes deportados e do seu reencaminhamento seguro para a Venezuela.
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