Os trabalhadores da Valorsul aprovaram em plenário uma greve de 32 horas, das 0 horas do dia 25 de Outubro às 8 horas do dia seguinte. Dia 31 haverá greve na Amarsul, Valnor e Resiestrela.
Os trabalhadores exigem o cumprimento do direito à negociação colectiva, o aumento dos salários, que não são actualizados desde 2010, e dos subsídios de refeição e de transporte. Lutam ainda pela atribuição do subsídio de turno e por um seguro de saúde e de vida para todos em condições iguais. Os trabalhadores reclamam também o respeito pela categoria profissional e pelos conteúdos funcionais dos trabalhadores, contra a polivalência e a desvalorização funcional. A garantia de condições de saúde e segurança para todos os trabalhadores é outra das reivindicações.
Com esta greve, os trabalhadores pretendem ainda condenar a distribuição de dividendos imposta pelo accionista privado Mota-Engil e reafirmar a exigência da reversão da privatização, «em defesa dos serviços públicos de tratamento e valorização dos resíduos», refere um comunicado do Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Administração Local (STAL).
Ainda no sector dos resíduos, os trabalhadores da EMARP - Empresa Municipal de Aguas e Resíduos de Portimão, paralisam igualmente nos dias 31 de Outubro e 2 de Novembro, exigindo dois dias completos de descanso semanal e protestando contra as discriminações no tratamento dos períodos de descanso atribuídos nos diferentes sectores da empresa.
Dividendos que vão para os accionistas privados
As empresas Valorsul e Amarsul, do grupo EGF, procederam à distribuição de dividendos de acordo com as recentes alterações da estrutura accionista, permitindo que os novos donos privados embolsassem milhões de euros que foram acumulados em anos anteriores à privatização.
Este ano, só no caso da Valorsul, a distribuição de dividendos representou a entrega de 11 milhões de euros ao Grupo Mota-Engil, correspondentes a 56% da sua participação accionista. No caso da Amarsul foram entregues quatro milhões de euros.
Num comunicado, o STAL refere que «os trabalhadores manifestam um sentimento de grande revolta por esta autêntica rapina de lucros gerados pelo sector público, ao mesmo tempo que os novos donos privados não demonstram qualquer abertura para a melhoria dos salários e a alteração das péssimas condições de trabalho nas empresas».
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