Após ameaças na sequência da greve na semana passada

Utentes do CHO solidários com a luta dos trabalhadores com vínculos precários

Cento e sessenta e três utentes solidários com greve dos trabalhadores do Centro Hospitalar do Oeste (CHO) denunciam pressões e ameaças após o protesto de 25 de Outubro.

Aspecto do serviço de urgência da unidade hospitalar das Caldas da Rainha, 27 de Novembro de 2014
CréditosCarlos Barroso / Agência LUSA

«Contem com toda a nossa solidariedade, não desistam dos vossos direitos, que também são nossos!», afirmam os 163 subscritores de um manifesto de utentes do CHO, sobre a situação dos trabalhadores com vínculos precários que estiveram em greve no dia 25 de Outubro.

«Lutam pelos seus direitos no trabalho, mas também pela qualidade dos serviços prestados aos utentes, que exigem profissionais permanentes e qualificados», referem os signatários.

Os utentes de oito dos nove concelhos servidos pelo CHO sublinham «a elevada importância dos serviços prestados» pelos profissionais dos hospitais da região Oeste. No entanto, mostram-se preocupados com a «perda de direitos a cada dia» a que se assiste e transmitem a «total solidariedade» com os trabalhadores que estiveram em greve na semana passada «com uma adesão quase total».

São ainda denunciadas «ameaças nos corredores dos hospitais de Peniche, Caldas da Rainha e Torres Vedras, e a criminalização das suas acções, responsabilizando-os pelo colapso de alguns serviços durante os dias de greve». Os utentes acusam a administração do Centro Hospitalar de «colocar os utentes em risco» e de aceitar  «o colapso de alguns serviços», durante o dia de greve, como forma de dividir os trabalhadores para manter a situação de desigualdade.

Os 163 signatários do manifesto são residentes dos concelhos de Caldas da Rainha, Óbidos, Bombarral, Alcobaça, Peniche, Lourinhã, Torres Vedras e Mafra. 

Protesto teve adesão total nos hospitais das Caldas da Rainha e Peniche

Os trabalhadores reclamam a integração nos quadros do CHO, onde prestam serviços através de uma empresa, a Lowmargin. No entanto, alguns dos 180 funcionários em situação precária prestam serviço nestas unidades hospitalares há quase 20 anos.

A reposição das 35 horas semanais de trabalho é uma das principais reivindicações dos trabalhadores, assim como o pagamento dos salários a dia certo e do trabalho extraordinário, o pagamento integral do subsídio de férias e o direito a poderem gozar mais de dez dias de férias seguidos.

O ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, considerou ontem «lamentável» a situação de precariedade dos 180 trabalhadores do Centro Hospitalar do Oeste e anunciou para Janeiro a passagem da unidade a Entidade Pública Empresarial.

A adesão à greve dos trabalhadores com vínculo precário do CHO atingiu os 100% nas unidades das Caldas da Rainha e Peniche e 30% a 40% no Hospital de Torres Vedras.

A área de influência do Centro Hospitalar do Oeste estende-se por nove concelhos, com uma população residente de 292 mil pessoas. 

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