De acordo com as organizações sindicais CGT, FO e Solidaires, nesta terça-feira mais de 1,3 milhões de pessoas manifestaram-se em toda a França contra o projecto de reforma laboral do governo de François Hollande.
Marselha, Toulouse, Rennes e Lyon foram algumas das cidades onde se fez sentir a luta contra um projecto cuja implementação comporta graves consequências para os direitos dos trabalhadores. A maior mobilização teve lugar em Paris, onde se manifestaram mais de um milhão de pessoas – número que, de acordo com os organizadores, supera o de outras grandes jornadas de luta contra este projecto.
Várias fontes referem que, à hora marcada para o início da marcha pelas ruas de Paris, já se sentia no ar o gás lacrimogéneo lançado pela Polícia, que voltou a montar um enorme dispositivo e a exercer grande violência sobre os manifestantes. Ao longo da marcha, registaram-se confrontos entre grupos de manifestantes encapuçados e a Polícia. Só em Paris, 58 pessoas foram detidas e cerca de 40 ficaram feridas.
A frente sindical, composta por sete organizações, já avisou que a luta contra a reforma laboral, que dura desde Março e tem amplo apoio social, não vai parar. Por seu lado, a Confederação Geral do Trabalho (CGT) considerou inaceitáveis as declarações do primeiro-ministro, Manuel Valls, que acusou a maior central sindical francesa de ser responsável pelos confrontos ontem registados na grande manifestação de Paris e lhe pediu que parasse de organizar mobilizações contra a reforma laboral.
Num comunicado hoje emitido, a CGT, para além de recordar a Valls que a manifestação foi convocada por sete sindicatos e várias organizações juvenis, diz-lhe que melhor seria se o governo «ouvisse a maioria dos trabalhadores, dos jovens e dos cidadãos, que rejeitam» este projecto de lei.
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