A jornada de luta foi convocada pela Associação de Trabalhadores do Estado (ATE), que promoveu uma paralisação e múltiplas mobilizações a nível nacional. Em declarações ao diário Página 12, o secretário-geral da organização, Hugo Godoy, mostrou-se «muito satisfeito» com a adesão à greve dos trabalhadores do Estado e com o carácter «massivo» das mobilizações, estimando que, a nível nacional, se tenham manifestado cerca de 300 mil pessoas. Em seu entender, isso «resulta da agressão do governo de Macri e das empresas» aos trabalhadores.
Em Buenos Aires, juntaram-se à ATE os sindicatos filiados na Central de Trabalhadores da Argentina – Autónoma (CTA Autónoma) e organizações como a Confederação de Trabalhadores da Economia Popular (CTEP), a Bairros de Pé e a Corrente Classista e Combativa.
Os protestos contra a política económica do governo incluíram cortes de ruas e de vias de acesso à capital, a instalação de vários pontos onde foi fornecida comida a pessoas com mais necessidades e duas grandes manifestações: uma até à sede do Ministério do Trabalho, na Praça de Maio, e outra, em La Plata, até à sede do governo da província de Buenos Aires – na qual, de acordo com o Resumen Latinoamericano, participaram cerca de 40 mil pessoas.
«Basta de despedimentos!»
Na manifestação até à Praça de Maio, foi visível a participação de muitos trabalhadores atingidos pelos despedimentos nos últimos dois anos, nomeadamente na empresa avícola Cresta Roja, no Hospital Posadas, nas minas de Río Turbio, na empresa Fanazul e na Senasa, entre outras.
A reintegração dos trabalhadores despedidos, tanto na Administração Pública como no sector privado, foi uma das principais reivindicações da jornada de luta. Os trabalhadores exigiram ainda o fim da reforma das pensões, aprovada em Dezembro último, e a implementação da lei de emergência alimentar.
O acto central desta jornada de luta teve lugar ao início da tarde nas imediações da Praça de Maio, onde tomaram a palavra trabalhadores de diversos sectores de actividade e dirigentes das centrais sindicais. O secretário-adjunto da CTA Autónoma, Ricardo Peidró, afirmou: «Vamos derrotar este modelo», tendo deixado a pairar a hipótese de uma greve nacional caso o governo «não corrija as suas políticas».
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