«Estamos fartos» e «Exigimos transportes públicos de qualidade!» foram algumas das palavras de ordem que sintetizam bem os motivos da vigília de protesto.
A escolha do local não foi por acaso, tal como afirmou à Agência Lusa Diana Simões, representante da comissão de utentes. «Viemos aqui hoje dirigirmo-nos ao senhor primeiro-ministro, que afirmou que estaria disponível para resolver os problemas dos transportes de Lisboa. Então, hoje viemos cobrar essa promessa», esclareceu.
Os utentes denunciam a falta de compromisso para a resolução dos problemas que afectam o direito à mobilidade, tanto por parte do Governo e do município de Lisboa, como pela administração do Metro e da Carris.
Neste sentido, ofereceram simbolicamente a António Costa uma carruagem de Metro em cartão, por conta das 20 carruagens paradas por falta de peças, e também sardinhas em lata. «Porque é como sardinhas em lata que se sentem os utentes que circulam diariamente no Metro», denunciava Cecília Sales, representante da comissão de utentes, antes do protesto.
Em relação ao Metro, os utentes criticam ainda a supressão de carruagens na Linha Verde, a redução de cerca de 300 trabalhadores e a falta de acessibilidade para pessoas com mobilidade reduzida em estações como a do Rato, entre outras.
Durante a vigília de protesto, os utentes promoveram um freeze flash mob/manequin challenge para demonstrarem, simbolicamente, que os transportes públicos de Lisboa paralisam a vida dos cidadãos, devido aos atrasos, perturbações e avarias no Metro e na Carris.
Ao nível da Carris, os utentes denunciam também a supressão de carreiras, o corte de alguns percursos ao fim-de-semana e a questão da mobilidade nos autocarros.
Um silêncio comprometedor
Durante o protesto foi anunciada a reunião com o ministro do Ambiente, que tutela os transportes, no próximo dia 26 de Janeiro. Os utentes lamentam, no entanto, o facto de o encontro solicitado em Novembro não ter acontecido antes dos aumentos.
Também a Câmara de Lisboa e a administração do Metro e da Carris receberam pedidos de audiência por parte da Comissão de Utentes, mas até ao momento não foi dada resposta.
Ana Mesquita, deputada do PCP, participou na acção e comprometeu-se na defesa dos trabalhadores e dos utentes dos transportes públicos. «Não é admissível a actual situação», criticou.
O PCP entregou ontem um requerimento, na Comissão de Economia, Inovação e Obras Públicas, para se constituir um grupo de trabalho no Parlamento com o objectivo de «fazer face aos problemas que se vivem nos transportes públicos».
O BE, que também marcou presença através do deputado Heitor de Sousa, apresenta hoje um projecto de resolução para «corrigir o investimento público, a estratégia de investimento público em transportes públicos nas Áreas Metropolitanas de Lisboa e do Porto».
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