À Rússia, que tem poder de veto enquanto membro permanente do Conselho de Segurança das Nações Unidas (CSNU), associou-se a Bolívia no voto contrário à resolução. Cazaquistão, China e Etiópia abstiveram-se, enquanto outros dez países-membros – incluindo a troika que promoveu o texto – votaram favoravelmente.
Vladimir Safronkov, representante da Rússia, disse que aceitar a resolução significaria «legitimar» o ataque lançado pelos EUA contra a base síria de Shayrat, no passado dia 7, de onde os norte-americanos afirmam que partiram os aviões com destino a Khan Shaykhun, na província de Idlib, para levar a cabo um «ataque químico», informa a RT.
Para Moscovo, o texto da resolução é «enviesado» e «mal concebido», na medida em que parte do princípio de que o governo sírio é responsável pelo alegado ataque, sem apresentar provas e sem que as potências ocidentais e organizações internacionais tenham feito «qualquer esforço» de verificação sobre o que de facto ocorreu.
«Antes de uma investigação externa e objectiva, a resolução já atribuiu as culpas», disse o representante russo, para quem os países ocidentais recorrem à questão das armas químicas para potenciar a sua agenda de «mudança de regime» no país do Médio Oriente.
«Governo sírio destruiu armas químicas»
Por seu lado, o representante da Síria na ONU, Bashar al-Jafa'ari, sublinhou que o seu país não possui armas químicas ou de destruição massiva, e que nunca planeou utilizá-las, refere a Prensa Latina.
Salientando a cooperação mantida com a Organização para a Proibição de Armas Químicas (OPAQ), Al-Jafa'ari reafirmou que o seu país destruiu todo o seu arsenal químico «em tempo recorde» e, rejeitando a «linguagem enganadora» da proposta de resolução – que procura condenar o governo sírio de antemão –, disse ter todo o interesse em conhecer a verdade sobre o que se passou em Khan Shaykhun, uma localidade que, recordou, se encontra em poder da Frente Al-Nusra.
Entre os promotores da proposta, o embaixador britânico no CSNU, Matthew Rycroft, qualificou o veto da Rússia como «indefensável», enquanto Nikki Haley, representante dos EUA, acusou a Rússia de «ter dito "não" à cooperação com as Nações Unidas».
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