Nevio Zagaria, representante da Organização Mundial de Saúde no Iémen, manifestou-se bastante preocupado com a situação sanitária no país árabe, cujas infra-estruturas têm sido bastante destruídas no contexto da guerra de agressão saudita, que dura há mais de dois anos.
Numa conferência de imprensa, esta sexta-feira, Zagaria mostrou-se surpreendido «com a rapidez do ressurgimento da doença», sublinhando que a situação «não tem precedentes». Acrescentou que o número de casos pode ser muito maior do que os registados, na medida em que as equipas médicas não têm acesso a algumas partes do país.
Devido à guerra e, consequentemente, à falta de electricidade, o sistema de esgotos foi danificado e a distribuição de água potável não funciona regularmente, pelo que a «população está a ir buscar água a fontes contaminadas», disse, citado pela PressTV.
Se as condições se mantiverem, no final deste ano o número de pessoas infectadas poderá ultrapassar as 250 mil, afirmou Zagaria, alertando que «o preço que teremos de pagar em termos de vidas será extremamente elevado».
O actual surto de cólera é o segundo a atingir o Iémen em menos de um ano. As Nações Unidas têm chamado a atenção para a «grave crise humanitária» que se vive no país, à qual não são alheios os dois anos de ofensiva saudita e a destruição de muitas das suas infra-estruturas.
Tendo como objectivo declarado recolocar no poder Abd Rabbuh Mansur Hadi, um aliado próximo de Riade que se demitira da presidência, e esmagar a resistência do movimento Ansarullah, em Março de 2015 a Arábia Saudita lançou uma poderosa ofensiva contra o seu vizinho do Sul, com ataques aéreos em vários pontos do país, que já provocaram mais de 12 mil mortos entre a população civil, de acordo com as mais recentes estimativas.
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