De acordo com o portal Ynet, citado pela agência Ma'an, a maior cidade israelita enfrenta uma crise de «inflação imobiliária» e muitos dos seus habitantes têm problemas para lidar com os preços das casas.
Neste contexto, o ministro da Habitação e da Construção apresentou, esta terça-feira, no Knesset – Parlamento israelita – uma proposta que contempla a construção de 67 mil unidades habitacionais em colonatos na Margem Ocidental ocupada, pese embora estes serem considerados ilegais pelo direito internacional e constantemente condenados.
A proposta foi feita no mesmo dia em que o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, garantiu a «protecção aos colonatos», num discurso que pronunciou por ocasião das comemorações israelitas do 50.º aniversário da Guerra dos Seis Dias e da ocupação de toda a Palestina histórica.
Netanyahu afirmou que os colonatos continuarão a existir «em todas as partes da Judeia e da Samaria [modo como Israel designa a Cisjordânia] e que Israel irá continuar a construir «tanto dentro como fora dos colonatos», informa a Ma'an.
Planos de construção
O Ynet refere que o Conselho de Yesha – organização que representa todos os colonatos ilegais na Margem Ocidental – contratou um «painel de especialistas» para traçar um mapa de toda a «terra vazia» que seria usada para a construção destas novas unidades.
De acordo com o Ynet, citado pela Ma'an, o painel decidiu que a região ocidental da Cisjordândia «podia albergar de imediato» a construção destas unidades, providenciando habitação a cerca de 340 mil israelitas.
Mais de 550 mil colonos israelitas vivem actualmente em cerca de 130 colonatos e 100 postos avançados espalhados pela Margem Ocidental, incluindo Jerusalém Oriental. Todos são considerados ilegais à luz do direito internacional.
Anexação dos territórios ocupados
Numa sessão plenária do Knesset dedicada a assinalar os 50 anos da Guerra dos Seis Dias, esta terça-feira, parlamentares de extrema-direita apelaram à integração de toda a Palestina histórica no Estado judaico, sublinhado que a presença de Israel naquela terra «irá continuar para sempre» e que a sua «fronteira oriental é o rio Jordão» [fronteira com a Jordânia].
Insistindo na ideia de que «a Judeia e a Samaria [Margem Ocidental ocupada] são uma parte inseparável do Estado de Israel», apelaram ainda aos diversos estados que mudem as suas embaixadas para Jerusalém.
Por seu lado, o presidente do Knesset, Yuli-Yoel Edelstein, referiu-se aos colonos israelitas como «pioneiros do nosso tempo» e sublinhou que o Estado de Israel «continuará a apoiá-los, mesmo quando isso é complicado».
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