Se a tendência das for confirmada, esta eleição pode obter um recorde de abstenção desde a instauração da Quinta República, em 1958, com mais de 50%.
De acordo com as projecções, o partido A República em Marcha! obteve cerca de 32% dos votos, Os Republicanos entre 20 a 21%, a Frente Nacional (FN) entre 13 e 14%, a França Insubmissa quase 11% e o Partido Socialista (PS) 9%.
Segundo as projecções da estação televisiva francesa France 2, divulgadas às 20h (menos uma em Lisboa), A República em Marcha!, aliada ao partido centrista MoDem, poderá vir a eleger entre 390 e 430 deputados, os Republicanos entre 85 e 125, o PS entre 20 e 35, a França Insubmissa entre 11 e 21 e a FN entre 3 e 10.
Caso não haja candidatos com mais de 50% dos votos nas diferentes circunscrições, só aqueles que tiverem, pelo menos, 12,5% dos votos dos eleitores inscritos passam à segunda volta, a 18 de Junho.
O porta-voz do Governo francês, Christophe Castaner, afirmou à imprensa que a República em Marcha! se apresenta como um «partido político que não se apoia num velho sistema». No entanto, é um partido que demonstra defender a continuidade das políticas económicas e sociais da União Europeia, o aprofundamento de medidas federalistas, o reforço do eixo franco-alemão e uma política de continuidade na cena internacional.
Citado pela Reuters, o conservador François Baroin afirmou que o poder político em França não deve ficar concentrado nas mãos de um partido.
Perante um resultado aquém das suas expectativas, Marine Le Pen apelou a uma mobilização maciça dos «eleitores patriotas», a favor do seu partido de extrema-direita.
«Pensem na vossa responsabilidade durante a próxima semana, não dêem o poder absoluto ao partido do Presidente», pediu Jean-Luc Mélenchon da França Insubmissa, alertando ainda para que não votassem na Frente Nacional, que só serve «para dividir as pessoas». Afirmou também que a elevada abstenção «mostra que não há maioria neste país para destruir o código laboral, reduzindo as liberdades públicas, nem a irresponsabilidade ecológica».
O socialista Julien Dray, em declarações à France 2, admitiu que o Partido Socialista vive uma «crise política profunda», que estes resultados mais uma vez confirmam.
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