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Venezuela exige que ONU ponha fim a falsos relatórios

O ministro dos Negócios Estrangeiros da Venezuela, Jorge Arreaza, exigiu ao Alto Comissariado dos Direitos Humanos da ONU que «acabe com a agressão» ao país caribenho através de «falsos relatórios».

Delegação venezuelana presente na sessão desta segunda-feira do Conselho dos Direitos Humanos da ONU, em Genebra
Créditos / Cancillería de Venezuela

Intervindo na sessão do 36.º Conselho dos Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU), que hoje se celebra na cidade suíça de Genebra, Arreaza reafirmou a defesa dos direitos humanos, que é «exercida no país sul-americano», e condenou a agressão materializada contra a Venezuela no relatório apresentado pelo Alto Comissariado dos Direitos Humanos da ONU, que se encontra «repleto de mentiras e ofensas», informa a TeleSur.

O chefe da delegação venezuelana neste 36.º conselho criticou o Alto Comissariado dos Direitos Humanos pela «falta de objectividade». «Lamentavelmente, a história recente está cheia de casos em que a utilização política selectiva e parcial é a estratégia usada por quem procura impor uma visão única do mundo», disse Arreaza, que acusou o Alto Comissariado de ser «um órgão politizado, que mente», e de lançar acusações «sem fundamento» e «sem qualquer rigor metodológico» no relatório que elaborou sobre a Venezuela.

«É claro o exemplo da utilização dos direitos humanos como arma política com fins de dominação», disse ainda Arreaza sobre as «acusações não fundamentadas» contra a Venezuela no que respeita aos direitos humanos, e que, na sua perspectiva, se enquadram na ofensiva lançada pelos Estados Unidos contra o governo de Nicolás Maduro.

A intervenção do ministro venezuelano seguiu-se à que, poucos minutos antes, fora realizada pelo alto comissário para os Direitos Humanos da ONU, Zeid Ra'ad al-Hussein, no decorrer da qual afirmou que, no país sul-americano, «podem ter sido cometidos crimes contra a Humanidade, que só uma subsequente investigação criminal pode confirmar».

Situação na Venezuela

Sobre a situação actual e recente na Venezuela, Arreaza recordou as garantias de protecção social que o país oferece e que se reflectem nos seus índices de saúde, habitação, educação e pensões, ao mesmo tempo que recordou a «escalada de violência promovida, durante quatro meses, pela oposição, com um saldo de 121 vítimas mortais, milhares de feridos e milhões de dólares em danos materiais e patrimoniais», indicam a TeleSur e a AVN.

A este propósito, denunciou o recurso, por parte da extrema-direita venezuelana, a crianças nas manifestações, assim como os crimes de ódio, evidenciados no número de pessoas queimadas vivas «pela cor da pele, a origem social ou opção política».

No entanto, desde a eleição da Assembleia Nacional Constituinte, a 30 de Julho último, a paz regressou ao país, frisou Arreaga, pese embora a «agressão multiforme a que a economia da pátria de Bolívar tem sido submetida nos últimos anos, para destruir a paz».

Arreaga afirmou ainda que a desestabilização interna e externa contra as instituições do país não impediram que, nos últimos 18 anos, tenha havido 22 processos eleitorais. «A democracia tornou-se um exercício quotidiano», disse.

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