Em comunicado, o CICV afirma que a capital do país, Saná, e a cidade de Bayda, na região Centro-Sul, se vieram juntar às de Ta'izz, Sa’ada e Hudaydah, na falta de acesso a água potável.
Com o bloqueio imposto, o Iémen deixou de importar combustível, necessário ao funcionamento das redes de abastecimento de água e saneamento, bem como material necessário ao tratamento da água.
O comunicado refere que outras cidades densamente habitadas estão a ficar sem combustível, dando como exemplo Dhamar e Amran, onde os sistemas de água e saneamento já só estão a funcionar a meio gás, informa a PressTV.
Neste momento cerca de 2,5 milhões de iemenitas estão sem acesso a água potável, refere o CICV, sublinhando que a população fica assim sujeita a um novo grande surto epidémico, num momento em que o país parecia recuperar do surto de cólera que, desde Abril deste ano, infectou mais de 940 mil pessoas e provocou a morte a mais de 2200.
O alerta lançado hoje segue-se ao que foi dado, na passada sexta-feira, por Alexandre Faite, chefe da delegação do CICV no Iémen. Então, Faite chamou também a atenção para as consequências do bloqueio ao nível das estruturas sanitárias, que, «tendo estado a funcionar no limite durante meses, correm agora o risco de colapsar por completo».
Guerra de agressão e bloqueio
Sob a batuta da casa de Saud, uma coligação de países lançou, em Março de 2015, uma grande ofensiva contra o mais pobre dos países do mundo árabe, com ataques aéreos em vários pontos do território.
O objectivo, declarado, é esmagar a resistência do movimento Ansarullah e recolocar no poder Abd Rabbuh Mansur Hadi, um aliado próximo de Riade que se demitiu da presidência e fugiu para a Arábia Saudita, antes de regressar à cidade de Aden, no Sul do país.
A guerra de agressão contra o Iémen destruiu grande parte das suas infra-estruturas – escolas, hospitais, fábricas, mercados –, provocou mais de 12 mil mortos e está na origem da grave crise humanitária que afecta o país.
No passado dia 6, Riade impôs um bloqueio por ar, terra e mar ao seu vizinho do sul, que depende das importações para cobrir quase 90% das suas necessidades básicas, nomeadamente de comida, medicamentos e combustível.
De acordo com a TeleSur, só foram reabertos o porto e o aeroporto de Aden, cidade controlada pelas forças aliadas dos sauditas, mas sem que a ajuda humanitária tenha chegado ao seu destino.
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