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Grandes seguradoras portuguesas nas mãos de capital estrangeiro

Montepio vende seguradoras do grupo

A Montepio Geral – Associação Mutualista (AM) vendeu a posição maioritária nas seguradoras do grupo (Lusitânia e N Seguros) à CEFC China Energy. Nos últimos anos, foram vendidos a capitais estrangeiros os grupos Fidelidade, Tranquilidade e Açoreana.

O presidente da Montepio Geral – Associação Mutualista, António Tomás Correia (esquerda), acompanhado pelo presidente da Mesa da Assembleia Geral, Vitor Melicias (direita), durante uma conferência de imprensa do Conselho de Administração sobre a situação financeira da instituição, em Lisboa. 14 de Março de 2017
CréditosAntónio Cotrim / Agência LUSA

O ECO avançou com a confirmação do negócio pela empresa privada chinesa, entretanto já confirmada pela AM, ainda liderada por Tomás Correia. A par da Caixa Económica, este era um do principais activos do grupo Montepio, que deixa de ter maioria no capital das suas seguradoras. A operação deve envolver um aumento de capital, em valor ainda não confirmado.

A AM já tinha firmado uma parceria com a CEFC China Energy em Setembro e, na altura, foi dito pelos responsáveis do Montepio que não estava em causa a alienação do banco. Afinal, os olhos estavam postos nas seguradoras Lusitânia e N Seguros.

Esta é a quarta seguradora com presença expressiva no País cuja propriedade deixa de ser nacional. A Fidelidade, onde foram concentrados os seguros da Caixa Geral de Depósitos, foi privatizada pelo anterior governo, em Janeiro de 2014, ao grupo Fosun, com um desconto de 400 milhões de euros através das comissões por exclusividade de venda nos balcões do banco público.

Pouco depois, com a falência do BES, foi a Tranquilidade que acabou entregue ao fundo especulativo norte-americano Apollo. O mesmo grupo voltou a aproveitar a falência do Banif para acrescentar a Açoreana ao seu património.

Praticamente todo o sector segurador português está nas mãos de capital estrangeiro, com destaque para a presença de várias multinacionais, como a Allianz (alemã) ou a Ageas (belga), que comprou a filial da AXA no nosso país.

A CEFC China Energy é uma empresa da qual pouco se conhece, que cresceu muito rapidamente nos últimos anos, com aquisições de empresas estrangeiras em catadupa, de acordo com a Reuters.

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