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Um morto e mais de cem feridos em confrontos na Palestina

Os confrontos desta sexta-feira nos territórios ocupados da Palestina fizeram até agora um morto e mais de uma centena de feridos entre os manifestantes palestinianos, em protesto contra a decisão dos EUA de reconhecerem Jerusalém como capital de Israel.

Protesto em Nablus
Créditos / Ma'an

Segundo as autoridades de Saúde palestinianas, neste momento, o balanço dos confrontos entre palestinianos e as forças israelitas em Jerusalém, na Cisjordânia e na Faixa de Gaza, seria de um palestiniano morto e mais de cem feridos, avança a Lusa.

Os protestos, que decorrem desde ontem, com milhares de palestinianos nas ruas, dão-se contra a decisão dos EUA de reconhecerem Jerusalém como capital de Israel, num contexto em que, na passada quarta-feira, o presidente Donald Trump anunciou que os EUA iriam mudar a sua embaixada em Israel de Telavive para Jerusalém.

Situações nos protestos como o lançamento de pedras, levou a que os militares israelitas respondessem a tiro, com balas de borracha, fogo real e uso de material anti-distúrbios.

Depois de reacções de diversos países a repudiar a acção do EUA, está a decorrer uma reunião do Conselho de Segurança da Organização das Nacões Unidas (ONU), convocada de urgência pela Suécia, a França, a Itália, o Reino Unido, a Bolívia, o Uruguai, o Egito e o Senegal.

A ONU está «particularmente preocupada com os riscos de uma escalada de violência» na sequência do reconhecimento de Jerusalém como capital de Israel pelos EUA, considerou o coordenador especial da ONU para o processo de paz no Médio Oriente, Nickolay Mladenov, numa intervenção por videoconferência a partir de Jerusalém na abertura da reunião do Conselho de Segurança da ONU.

A Resolução 2334 da ONU, adoptada a 23 de Dezembro de 2016, salienta que o Conselho de Segurança «não reconhecerá qualquer modificação às fronteiras de 4 de Junho de 1967», referindo que tal inclui Jerusalém, «a não ser aquelas que sejam acertadas pelas partes por via de negociações». Esta resolução foi aprovada por 14 países, com a abstenção dos Estados Unidos, na altura ainda dirigidos pelo presidente Barack Obama (Donald Trump já tinha vencido a eleição em Novembro de 2016, mas apenas tomaria posse a 20 de Janeiro).

Jerusalém é, há décadas, um ponto central no conflito israelo-palestiniano. Declarada por Israel como sua capital, tem o estatuto, reconhecido pelas Nações Unidas, de cidade ocupada, sendo Israel a potência ocupante. Os palestinianos querem-na como sua capital e quem apoia a solução dos «dois estados» reconhece que o Estado da Palestina tem em Jerusalém Oriental a sua capital.

Em Jerusalém, os israelitas têm incrementado o número de ameaças em locais religiosos não-judaicos e intensificado o plano de «judaização» de Jerusalém Oriental – situação que tem sido denunciada pelos palestinianos em diversas ocasiões – aumentando a construção de colonatos e expulsando os palestinianos de suas casas, que são muitas vezes demolidas.


Com Agência Lusa

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