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Depois de decisão unilateral da administração da Autoeuropa

Trabalhadores defendem continuação das negociações

Depois de a administração da Autoeuropa divulgar a intenção de impor unilateralmente um novo horário de trabalho, que inclui o trabalho obrigatório aos sábados, as estruturas representativas dos trabalhadores já demonstraram a sua rejeição e foram convocados plenários para o dia 20 de Dezembro.

Esta terça-feira, a administração da fábrica do grupo Volkswagen em Palmela informou os trabalhadores, na sua newsletter semanal, que em finais de Janeiro iria iniciar-se «o modelo de trabalho de 17 turnos semanais, que cumpre com a lei e garante a produção aos sábados a dois turnos», que se perspectiva até Agosto e inclui a promessa de prémios.

Esta é uma decisão unilateral da administração, num momento em que era expectável a continuação das negociações com a comissão de trabalhadores, tendo em conta que o último pré-acordo foi novamente rejeitado, desta vez por 63% dos trabalhadores, no referendo realizado no dia 29 de Novembro.


A administração decide adoptar a postura de imposição no contexto de um processo de luta dos trabalhadores que vem desde o Verão passado contra a imposição do trabalho obrigatório aos sábados, que teve o seu expoente máximo na greve realizada no dia 30 de Agosto, de adesão massiva. O comunicado aos trabalhadores deixa no ar a ameaça: «este plano assegura o programa de produção e o emprego dos nossos 5500 colaboradores»; o que também se nota na afirmação de que, como o último pré-acordo foi rejeitado, «não é possível manter essas condições».

A comissão de trabalhadores, num comunicado divulgado ontem, afirma que «em relação ao pré-acordo recentemente rejeitado em referendo, este modelo de horário e as suas condições são mais desfavoráveis e contrariam a vontade expressa pela maioria dos trabalhadores», acrescentando que «rejeita por completo esta decisão da administração pois entende que deve ser retomado o processo negocial». Informa ainda que convoca, «também a pedido dos trabalhadores», plenários para o dia 20 de Dezembro com objectivo de «discutir a situação da empresa e exigência de nova negociação» e de apresentação do caderno reivindicativo.

A comissão sindical do Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e Actividades do Ambiente do Sul (Site Sul/ CGTP-IN) também reafirma «que a negociação deve continuar» e que «a confirmar-se a aplicação daquele regime de forma unilateral, a administração estaria a assumir colocar em causa o diálogo social que tanto apregoa, a não considerar o ambiente de descontentamento existente na fábrica, como a optar pela arrogância e imposição em substituição da negociação».

Os trabalhadores procuram soluções que permitam responder ao desenvolvimento da produção nesta empresa, mas de forma a que não sejam postos em causa os seus direitos, nomeadamente com a desregulação dos horários de trabalho.

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