A informação foi inicialmente transmitida aos jornalistas pelo presidente da comissão de trabalhadores (CT), Fernando Gonçalves, e reafirmada pelo ministro, numa declaração sem direito a perguntas.
O dirigente da CT escusou-se a adiantar mais pormenores, mas garantiu que o plenário de trabalhadores na fábrica do grupo Volkswagen, em Palmela, se mantém para dia 20 de Janeiro.
Depois da rejeição, em plenário, de dois pré-acordos, a administração impôs unilateralmente o novo modelo para ser implementado em finais de Janeiro e que inclui 17 turnos semanais, com a produção obrigatória aos sábados a dois turnos, que se perspectiva até Agosto e inclui a promessa de prémios. Perante esta postura, a comissão de trabalhadores e o Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e Actividades do Ambiente do Sul (Site Sul/ CGTP-IN) demonstraram o seu repúdio e defenderam a continuidade das negociações.
A administração decidiu adoptar uma postura de imposição num contexto de um processo de luta dos trabalhadores que vem desde o Verão passado contra a imposição do trabalho obrigatório aos sábados, que teve o seu expoente máximo na greve realizada no dia 30 de Agosto, de adesão massiva, para além de ser uma opinião expressa, também massivamente, em vários plenários e um abaixo-assinado.
Direita procura «apagar» opinião dos trabalhadores
Pese embora as várias demonstrações da opinião dos trabalhadores da Autoeuropa, o CDS-PP, na quarta-feira passada, pela voz do deputado Pedro Mota Soares, veio lançar um apelo ao Governo, para escolher «o interesse nacional» aos «interesses de PCP e BE», acusando-os de instrumentalizarem os sindicatos.
Em resposta, o secretário-geral da CGTP-IN, Arménio Carlos, sublinhou esta quinta-feira que a direita está a «subverter» a realidade e a «procurar manipular» a opinião pública.
«Quem determinou a rejeição de dois pré-acordos foram os trabalhadores em plenário. E tal como os trabalhadores da Autoeuropa, em anos anteriores, aprovaram acordos que toda a gente valorizou, respeitem também a vontade dos trabalhadores da Autoeuropa agora quando determinaram que não aceitavam aqueles acordos», explicou em declarações à Lusa. A CGTP-IN defendeu que a administração da Autoeuropa deve sentar-se «rapidamente» à mesa com a comissão de trabalhadores e o sindicato, para que se «procure» encontrar uma solução.
«Nós também não aceitamos que a Autoeuropa, que se apresenta como paladina do diálogo social, não aceite a vontade dos trabalhadores que estão ao seu serviço e agora venha anunciar a imposição de determinadas regras unilateralmente, isso é um atentado ao diálogo social», defendeu.
Com Agência Lusa
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