Em declarações à Agência Lusa, a directora do estabelecimento escolar, Maria de Lurdes Batista, reconheceu que «hoje não há aulas porque chegámos a uma ruptura e não temos as condições mínimas para a escola estar a funcionar».
A escola, com cerca de 600 alunos, do 7.º ao 12.º ano, está aberta, mas com as actividades lectivas suspensas, durante todo o dia, numa decisão da direcção da escola, em conjunto com a associação de pais, professores e funcionários.
Estamos parados para que a comunidade escolar possa reunir e para verificarmos quais as condições que podemos dar aos alunos na quinta-feira, porque já vai haver aulas, mas com espaços encerrados», explicou a directora.
Segundo Maria de Lurdes Batista, o estabelecimento enfrenta «vários problemas» e, «nos últimos dois anos e meio», comunicou essas dificuldades «às secretarias de Estado e ao ministro» da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, assim como «ao Presidente da República, ao primeiro-ministro.
Em Agosto de 2017, a Câmara Municipal de Évora, juntamente com o Agrupamento de Escolas e a Associação de Pais, solicitou uma reunião ao Ministério da Educação com o objectivo de exigir a realização de obras na Escola Secundária André de Gouveia e alertar para a falta de assistentes operacionais nas escolas do concelho.
O presidente da autarquia, Carlos Pinto de Sá, denunciou na altura ao AbrilAbril que «o Governo não tem permitido que se faça a contratação», situação que põe em causa «a segurança da escola e dos alunos».
Na Secundária André de Gouveia, relatou a directora, deviam trabalhar «24 assistentes operacionais», mas, actualmente, «devido às baixas, de curta e longa duração, apenas há 12 funcionários». «Não há funcionários para o espaço todo e, agora, temos mais alguns de baixa. Aliás, temos estado a funcionar com pavilhões sem ninguém, são os professores que vão buscar a chave e resolvem os assuntos sozinhos», indicou.
O fornecimento de refeições é outro dos problemas, acrescentou. «A canalização da cozinha é tubo galvanizado, com 40 anos. É velha, está toda ferrugenta e entrou em ruptura em vários sítios. Quando arranjamos a tubagem num sítio, rebenta noutro», relatou.
Perante esta situação, as refeições têm estado a ser confeccionadas em duas outras escolas, sendo depois transportadas para a André de Gouveia em marmitas, para distribuir aos alunos, «em pratos de plástico, visto que não se podiam lavar e higienizar os outros pratos».
«Tem sido horrível, porque não é condição nenhuma fazer parte da comida num sítio, outra noutro e transportá-la para a escola», mas, na terça-feira, a situação complicou-se ainda mais, porque «uma cozinheira, que já tinha uma tendinite, deu um jeito a carregar marmitas pesadas e ficou de baixa», contou a directora.
A necessidade de obras na escola, para substituir a instalação eléctrica, que «também é velha», ou para reparar o chão de salas de aulas e um pavilhão «onde entra chuva», é outra das reclamações da direcção da escola, que vai reunir, hoje de tarde, com os pais e directores de turma, para analisar o reinício das aulas, na quinta-feira.
«Estamos concentrados e vamos pensar o que podemos fazer», disse, explicando que a ideia passa por abrir normalmente na quinta-feira, mas «com o refeitório fechado e reforço do buffet, para que os alunos, mesmo que não tenham uma alimentação quente, terem mais fruta, sandes» e outros alimentos.
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