Os sindicatos já tinham avisado que iam pedir esclarecimentos ao Governo sobre a situação dos trabalhadores da Função Pública abrangidos pelo descongelamento das progressões, sobretudo daqueles cujo rendimento estava próximo do salário mínimo nacional.
Após a reunião, foi anunciado pelos sindicatos que a secretária de Estado da Administração Pública, Fátima Fonseca, tinha apresentado uma proposta nessa área, avançando uma solução para os assistentes operacionais.
Caso tenham direito a progredir, reunindo os dez pontos necessários na avaliação, os assistentes operacionais que estejam agora a receber o salário mínimo irão ter um aumento de 55,07 euros, passando a receber 635,07 euros.
A intenção inicial do Governo era apenas um aumento de 3,58 euros, para 583,58 euros, que foi imediatamente rechaçada pela Frente Comum (CGTP-IN). Esta classificou-a como «indigna» e «inaceitável», defendendo, em vez disso, a progressão para os 635 euros e acusando o Governo de pretender que «dez anos de antiguidade sejam equivalentes a menos de um euro mensal».
Manifestação nacional convocada
Ana Avoila, coordenadora da Frente Comum, anunciou também ontem a convocação de uma manifestação nacional para 16 Março, em Lisboa, de forma a exigir aumentos salariais de 4%, ainda este ano, sem descartar a hipótese de uma greve.
A dirigente começou por dizer que «a pressão que se fez nestes últimos tempos» sobre o Governo tem dado frutos, referindo-se às progressões dos assistentes operacionais, que, tal como a estrutura sindical reivindicava, vão subir para o quarto escalão e não para o terceiro.
«Mas não queremos ficar por aqui. O Governo não responde à proposta de aumentos salariais e portanto vamos à luta. Já marcámos uma semana de luta de 12 a 23 de Março (...) e uma manifestação nacional para 16 de Março para todos os trabalhadores manifestarem o seu descontentamento e exigirem aumentos de salários e carreiras dignas», anunciou.
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