Os trabalhadores dos CTT cumprem esta sexta-feira uma greve nacional de 24 horas, a segunda em dois meses, que foi convocada por uma frente ampla de sindicatos (SNTCT, SINDETELCO, SINCOR, SINTAAV) e pela comissão de trabalhadores.
Durante a tarde, desde da Praça do Marquês de Pombal até São Bento, milhares de trabalhadores, utentes e autarcas manifestaram-se pelas ruas da capital. «Privatização é um roubo à população», «CTT público já» e «não aos despedimentos nos CTT» foram algumas das frases que constavam nas faixas e cartazes empunhados pelos trabalhadores da empresa, que foi privatizada pelo governo do PSD e CDS-PP.
No final, junto à residência do primeiro-ministro, as estruturas representativas dos trabalhadores entregaram vários documentos a exigir a reversão da privatização, prometendo continuar os protestos nos próximos meses.
Em declarações à Lusa, Vítor Narciso, secretário-geral do SNTCT, afirmou que «vão continuar as ações de luta, as reuniões com as autarquias e as organizações de utentes – locais e nacionais – e, obviamente, que a continuação da luta passa também pelo interior e pelos trabalhadores dos CTT».
«Considerando a degradação do serviço postal, que querem despedir pessoas e encerrar estações de correio, defendemos que a prestação do serviço público universal de correios não é compatível com uma empresa que tem, neste momento, como objectivo o lucro, em relação a bancos e a serviços financeiros», acrescentou o dirigente.
Ontem, na Assembleia da República, o PS, PSD e o CDS-PP inviabilizaram os diplomas do PCP e do PEV para a recuperação do controlo público dos CTT e um projecto de resolução do BE, que recomendava apenas o fim da concessão de serviço público postal, mantendo o resto da empresa nas mãos de privados.
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