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Novo Banco, novo dono, velhas práticas

Os donos mudaram mas a forma como o Novo Banco gere os prejuízos não. Para além de pedir um subsídio do Estado, vai fechar mais 70 balcões, 35 dos quais já este mês, e despedir 400 trabalhadores.

António Ramalho na apresentação de resultados de 2016
CréditosTiago Petinga / Agência LUSA

As perdas registadas pelos bancos nos últimos anos, fruto da imprudência e, nalguns casos, da má gestão do passado, tiveram como reacção imediata os despedimentos e o fecho de balcões. De tal forma que, mesmo voltando aos lucros, os bancos continuam a fazê-lo.

O Novo Banco é um caso à parte. O estrago da gestão da família Espírito Santo foi tão profundo que, quase quatro anos depois da falência e da injecção de 4,9 mil milhões de euros por parte do Estado, continua a dar prejuízo.

O negócio ruinoso para o Estado, negociado pelo especialista em privatizações Sérgio Monteiro (ex-secretário de Estado dos Transportes), de entrega do Novo Banco ao fundo abutre Lone Star, não só não previu o reembolso dos muitos milhares de milhões de dinheiros públicos lá injectados, como assumiu para o Estado a factura de parte dos futuros prejuízos. Este ano, são cerca de 800 milhões de euros que o Estado vai ter que pagar, via Fundo de Resolução.

Para além disso, a administração liderada por António Ramalho tem previstas outras medidas para fazer frente aos maus resultados: despedimentos e fecho de balcões.

Ramalho afirmou, em entrevista à SIC Notícias, que o Novo Banco vai encerrar 35 balcões já este mês, de um total de 70 que devem fechar portas até ao final do ano. Como é habitual nestes processos, o encerramento de balcões é acompanhado pela saída de mais de 440 trabalhadores.

O objectivo da administração é atingir cerca de 5 mil trabalhadores e de 400 balcões. A 4 de Agosto de 2014, quando foi alvo da medida de resolução, o BES tinha 674 balcões e 7887 trabalhadores. Até Julho do ano passado, a redução já tinha atingido 199 balcões e 2181 trabalhadores.

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